A 26ª Conferência da ONU para Mudanças Climáticas ocorreu em Glasgow, na Escócia, entre os dias 31 de outubro e 13 de novembro de 2021. Após a ECO-92, realizada no Rio de Janeiro, e as importantes reafirmações subsequentes da 3ª COP, em 1997, com o Protocolo de Kyoto, e mais recentemente no Acordo de Paris, assinado em 2015, os países signatários têm assumido compromissos internacionais em relação a manter o aumento da temperatura do planeta abaixo de 2°C a partir da revolução industrial no século XIX. No entanto, O texto final da COP26, não foi recebido com comemoração por ambientalistas. Após duas semanas de negociações, as resoluções apresentaram avanços no que diz respeito ao uso de combustíveis fósseis, mas não atenderam às reinvindicações de países pobres por justiça climática.

Importantes resoluções foram tiradas da COP26:

  • Acordo Florestal: tem o objetivo de zerar o desmatamento global até 2030. Foi assinado por 105 países que se comprometeram a criar um fundo de US$ 19,2 bilhões para preservação, combate a incêndios e reflorestamento.
  • Acabar com a utilização de carvão mineral: 40 países assinaram um acordo se comprometendo a eliminar o uso de carvão mineral entre as décadas de 2030 e 2040.
  • Acordo bilateral China-EUA: se comprometeram a cooperar em projetos para reduzir as emissões de gás metano com a meta de neutralização de suas emissões de carbono: a China até 2060 e os EUA até 2050.
  • Financiamento para fontes renováveis: os países mais ricos se comprometeram a pagar compensatórias em valores de US$ 100 bilhões anuais para financiar a adoção de fontes renováveis nas nações mais pobres.

Para o cumprimento dos Acordos Internacionais foram estabelecidas metas com indicadores, e cada país apresentou suas Contribuições Nacionais Determinadas, NDCs. A meta anterior do Brasil era a de reduzir em 37% as emissões até 2030, que na COP 26, o compromisso subiu para 50%. O compromisso de zerar as emissões em 2060 permaneceu o mesmo. Isso significa a necessidade de implantação de mecanismos de desenvolvimento limpos com medições em sequestro de carbono validados e verificados por Entidades Operacionais Designadas, com novas formas de energias limpas e uso sustentável de recursos naturais renováveis que devem ser priorizados conforme consta nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) propostos pela ONU.

No ano de 2022, teremos dois eventos muito importantes no Brasil relacionados ao uso de seu solo: o primeiro é a comemoração dos 200 anos da Independência do Brasil, que foi uma luta soberania sobre os nossos recursos naturais, cujo mártir maior foi Tiradentes, e o segundo, a Rio+30, cujo uso de nosso patrimônio natural deve ser assegurado de forma a assegurar o seu uso adequado, sustentável e inclusivo para as futuras gerações. Isso significa a inserção da passagem do conhecimento hoje para as gerações mais jovens. E, como não existe desenvolvimento sem engenharia, e não existe desenvolvimento sustentável sem conhecimento local, esse compromisso deve ter a participação da Engenharia na formulação das políticas públicas junto com a Sociedade Civil Organizada, que segundo Kofi Annan, Ex-Secretário Geral da ONU, deve ser aplicada com inclusão social “sem deixar ninguém para trás”. Isso significa um grande papel para a área tecnológica e da ciência, a de estar na construção de pontes para que se socialize os benefícios ambientais e se atinja os ODS.

Tal como em ocasiões anteriores, o Clube de Engenharia estará empenhado na participação da Rio+30, junto com outras entidades da sociedade civil, entidades governamentais, empresariado, pequenos agricultores e pescadores na construção de frentes de diálogos, de forma que os nossos recursos naturais sejam capazes de garantir hoje o desenvolvimento para as futuras gerações.

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