Vicente Loureiro*
Publicado originalmente pelo Nova Iguassu Online

Com a presença das Agências Brasileiras de Desenvolvimento Industrial e de Infraestrutura de Telecomunicações, de empresas de tecnologia e inovação e de concessionárias de serviços públicos, entre outros convidados, foram apresentadas soluções para democratização do acesso a essa nova tecnologia em todo território fluminense, já disponíveis e com parcerias institucionais possíveis de serem implementadas, capazes de, no menor prazo e melhor custo-benefício, garantir que o pioneirismo do Estado, o primeiro aprovar legislação específica para chegada do 5g, repita-se agora na instalação da infraestrutura e equipamentos necessários a sua efetiva implementação.

É preciso, em primeiro lugar, de acordo com resultado das apresentações, alargar o conhecimento sobre os impactos e capacidade de aceleração das transformações que a chegada do 5G vai gerar na vida das pessoas, cidades e empresas. Alguns falaram em revolucionar a prestação dos serviços públicos de segurança, saúde, educação, etc. Outros, em aumentar a competitividade da economia regional, fruto da evolução rápida prometida pela internet das coisas. Outros, ainda, de como o desenvolvimento de novos aplicativos podem melhorar a gestão dos municípios e dos negócios. Deu para perceber que os mais ágeis na corrida por tais inovações irão certamente aproveitar melhor as oportunidades e investimentos gerados.

A criação do Fundo Soberano, produto da exploração do petróleo no Estado, apareceu também como um grande instrumento de alavancagem financeira para custear os investimentos necessários a democratização do acesso ao 5G, funcionando como Fundo Garantidor das operações. Sem dúvida, um ativo extra para aquisição e instalação dos equipamentos e componentes da infraestrutura exigida. O Estado do Rio, do ponto de vista institucional e financeiro, tem tudo para sair na frente e se utilizar dessa tecnologia na retomada do desenvolvimento de sua economia e do aperfeiçoamento da qualidade dos serviços em suas cidades de modo mais acelerado.

Há, segundo especialistas que estiveram presentes, alternativas tecnológicas distintas para funcionar como suporte dessa nova e disrupitiva tecnologia, que promete uma velocidade 100 vezes maior que as das anteriores: a 3G e 4G. Para tanto, exigirá 5 vezes mais antenas com muito menos cabos e fios, um alívio para a paisagem urbana já bastante poluída por eles. Apresentaram também, durante o evento, uma luminária, desenvolvida por empresa israelense capaz de utilizar a rede de iluminação pública como plataforma condutora do 5G a todas as áreas urbanizadas dos municípios, garantindo wi-fi público e com câmeras, microfones e sensores em condições de medir o trânsito, fluxo de pessoas e conectar as diversas redes de dados e informações existentes. E ainda iluminar a rua, sem precisar de novos cabos e antenas. Uma inegável e curiosa inovação.

O Estado do Rio de Janeiro tem tudo para sair na frente e foi pioneiro na promulgação de legislação específica. Além disso, possui um Fundo Soberano que pode ajudar a viabilizar os investimentos necessários em infraestrutura. Tem a compreensão de que existem equipamentos de ponta já disponíveis, que podem garantir o acesso universalizado aos benefícios prometidos por essa nova tecnologia às populações urbanas e rurais, incluindo as residentes em assentamentos informais. Falta agora fazer acontecer.

Vicente Loureiro, arquiteto e urbanista, doutorando pela Universidade de Lisboa, é o autor dos livros Prosa Urbana e Tempo de Cidade.

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