Engenheiro Alexandre Leal Filho conta sua atuação no Clube e vida profissional para o Memória Oral

Conselheiro vitalício relembra episódios vividos na entidade e aponta para diretrizes que a casa deveria seguir

O projeto de Memória Oral, da Diretoria de Atividades Culturais e Cívicas e de Atividades Sociais do Clube de Engenharia, deu continuidade à gravação de depoimentos de associados ao dar a palavra ao engenheiro Alexandre Henriques Leal Filho, de 82 anos. Ele ingressou na entidade em 1962 e participou ativamente das atividades e de muitos momentos críticos e decisivos da história da casa. Além de ter recordado diversos episódios, também falou sobre as perspectivas para o futuro e apostou no incentivo ao desenvolvimento de novas tecnologias como um norte promissor.
““Eu tinha um tio-avô que era do Clube. Papai era do Clube. Eu diria que a difusão do Clube era do meu conhecimento prévio. Então entrei logo”, contou Leal Filho, que na época acompanhava as discussões que eram travadas na entidade.

O conselheiro vitalício atuou no BNDES nos anos 1960 quando o banco ousadamente resolveu financiar a pesquisa científica no Brasil. Esse foi um dos motivos para que ele ingressasse na década seguinte na FINEP, que passou a concentrar esse tipo de incentivo por parte do governo a partir dos anos 1970. Foi então que sua trajetória novamente cruzou com a do Clube, pois a Financiadora passou a ocupar salas alugadas da entidade no Edifício Edson Passos.

Segundo Leal Filho, a ida da Finep para o edifício-sede foi muito importante para o Clube, pois até melhorias foram feitas nas instalações. A renda advinda do pagamento de aluguel teria dado retorno financeiro fundamental para as atividades da entidade, mas a presença da estatal no prédio também colocou todas as atenções dos militares então no poder para o local. Isto porque a Finep abrigava vários intelectuais considerados de esquerda ou progressistas, como os economistas Carlos Lessa e Maria da Conceição Tavares, cujos passos era vigiados.

O conselheiro também expôs no seu depoimento sua participação em diretorias eleitas e até sua campanha em 1982 à presidência, que não se sagrou vitoriosa, mas não o tirou das atividades do Clube. Leal Filho acompanhou as discussões internas sobre as privatizações dos anos 1990 e lamentou o fato de o Clube não ter se posicionado contra na época a venda de empresas como CSN, onde trabalhou, e a Vale.

O engenheiro valorizou em seu depoimento a incomparável tradição do Clube no setor da Engenharia brasileira, mas advertiu para a necessidade de renovação da entidade e de busca de discussões voltadas para o desenvolvimento tecnológico e a realidade contemporânea. “Se você olhar para frente, tem que mirar nas novas tecnologias”, defendeu o conselheiro.

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