O Brasil vive um momento sui generis de sua vida política e institucional, onde tudo parece de ponta cabeça. Fatos irrelevantes passam a merecer vulto e, o pior, são propostas ações que fogem ao bom senso dos bem-intencionados.

Dispensando citar os atores envolvidos, estes atos mostram o teatro do absurdo
que estamos vivendo:

- urnas-eletrônicas, que há 25 anos acompanham as eleições brasileiras,
passam a ser vilãs e acusadas de “ameaçar” a lisura do pleito eleitoral que se
avizinha;

- o preço dos combustíveis e gás de cozinha dispara e o Governo Federal, para
derrubá-lo, opta por tirar dinheiro das receitas dos estados, em vez de exigir da
Petrobras reduzir seus lucros e, por fim, a política de Preço de Paridade de
Importação;

- o Governo Federal retira verba do fundo setorial do petróleo, dirigido à Ciência,
Tecnologia e Inovação, destinando-a para financiar o desmonte ou destruição
como sucata dos veículos pesados em fim de sua vida útil;

- um ex-ministro brasileiro, comentando o assassinato de um indianista e um
jornalista, aponta a omissão da estrutura estatal de combate a ilícitos na
Amazônia e é brindado com denúncia assinada pelo ministro da Defesa e
comandantes das três armas à Procuradoria-Geral da República por crime de
incitar, publicamente, animosidade entre as Forças Armadas;

- o mandatário maior da nação vê como façanha do seu governo o aumento do
número de lojas de armas e clubes de tiro, e manifesta sua preocupação de que
estes se tornem bibliotecas num futuro governo que tenha outras prioridades;

- um Deputado Federal, ao se manifestar denunciando a “vergonhosa
privatização da Petrobras”, é ameaçado pelo Presidente da Casa de ser
retirado à força do Plenário da Câmara tendo ainda sido aberto no Conselho de
Ética, processo de cassação do seu mandato por "ao decoro
parlamentar", como se ofensa parlamentar pudesse ser a defesa do interesse
nacional.

Em meio a esse cenário, o Clube de Engenharia reafirma seu compromisso com a
democracia e a soberania nacional, nos seus mais amplos aspectos, capazes de
assegurarem a autodeterminação do nosso país. Estas condições são essenciais
ao desenvolvimento nacional e à melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. A
estas, alinham-se o fim das privatizações de setores estratégicos e a recuperação da
estrutura estatal essencial ao desenvolvimento, notadamente o setor energético; o
direito ao pleno exercício da livre expressão dos brasileiros, sobretudo
parlamentares e lideranças nacionais; e o respeito ao processo eleitoral e aos
resultados das urnas em 2022.

Há muito a ser feito e a Engenharia Brasileira está pronta a cumprir o seu papel. Não
obstante, para o Clube de Engenharia, é importante, neste momento, a unidade dos
democratas e verdadeiros patriotas contra aventuras dirigidas a institucionalizar a
desordem, com o propósito de retirar dos brasileiros o direito de escolherem o seu
destino.

A Diretoria

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