Francis Bogossian registra sua colaboração com o Memória Oral

Ex-presidente do Clube de Engenharia grava depoimento em que fala sobre seu engajamento com a entidade e sobre sua vida como engenheiro e empresário

Estudantes que às vezes se sentem desestimulados com a concentração de disciplinas básicas nos primeiros períodos dos cursos de Engenharia podem até se sentir identificados com o depoimento do ex-presidente do Clube de Engenharia Francis Bogossian ao projeto Memória Oral. Ele conta que quase desistiu do curso, justamente pela demora em lidar com o aprendizado específico da profissão, mas por orientação do seu pai, um imigrante armênio, se manteve até se formar pela antiga Universidade do Brasil (atual UFRJ). Essa e outras histórias do engenheiro e empresário estão no vídeo gravado para o acervo da entidade, que desde o fim do ano passado vem registrando as lembranças de seus integrantes.

Francis, que completou 80 anos em abril, contou que pensou em seguir a carreira de diplomata, mas desistiu, pois, foi alertado de que no Itamaraty nem sempre a competência é o que conta mais para a ocupação dos melhores postos. Mas foi já depois de anos na faculdade que encontrou sua real vocação: a geotecnia. Essa especialidade o fascinou pelo desafio que sempre traz para os cálculos e para a aplicação da teoria da mecânica dos solos.

“Eu me interessei pela mecânica dos solos porque você lida com a engenharia como se lida com o ser humano. A areia da Praia de Ipanema não se comporta da mesma maneira que a areia de Florianópolis, do Leme, de Copacabana. Eu me apaixonei pela geotecnia”, explica Francis.

Por ter sido na segunda metade dos anos 1960 um dos poucos brasileiros a dominar o assunto, Francis foi por isso convidado a dar aulas na UFRJ. A geotecnia o levou ao primeiro emprego na Tecnosolo e depois a abrir sua própria empresa, a Geomecânica, que desenvolveu longa parceria com a Petrobras para pesquisas para a exploração de petróleo no mar.

Francis, que presidiu o Clube por dois mandatos, que duraram de 2009 a 2015, conta que começou a frequentar a sede da entidade ainda estudante, através da Divisão Técnica de Geotecnia, onde conheceu o grande especialista Antônio José da Costa Nunes, que lhe ofereceu estágio. Desde aquela época praticamente não deixou de participar das atividades da Casa e se engajou em diversas associações ao longo da vida. Atualmente, preside a Academia Nacional de Engenharia (ANE) e o Instituto Brasileiro de Estudos Políticos (IBEP).

“O Clube de Engenharia é uma entidade nacional. Quando eu fui presidente, coloquei ao lado do nome tracinho BR. Ele foi o primeiro Clube de Engenharia do Brasil, é uma entidade nacional, que sempre tomou posições sobre assuntos nacionais”, ressalta Bogossian, que também defende a atenção da entidade para com os estudantes.

O engenheiro demostrou que nunca perdeu seu pendor para a diplomacia e que seguiu princípios de tolerância, boa convivência com pessoas de diferentes posicionamentos e de respeito aos direitos sociais e humanos. Numa era de acirramento e de radicalização política, seu depoimento serve de lição para todas as gerações e por isso merece ser visto.

Assista à versão editada que disponibilizamos no nosso canal no YouTube.

 

Receba nossos informes!

Cadastre seu e-mail para receber nossos informes eletrônicos.

O Clube de Engenharia não envia mensagens não solicitadas.
Pular para o conteúdo