No dia 13 de outubro o Clube de Engenharia celebrou uma festa especial. Um grande almoço foi oferecido em homenagem às oito décadas de vida de um dos mais ilustres sócios do Clube, patrimônio vivo da história da cidade do Rio de Janeiro e do país. Conselheiro do Clube de Engenharia pela terceira vez (mandatos de 1991 a 1994; 1995 a 1998; 2010 a 2013) e ex-chefe da divisão técnica de Ciência e Tecnologia (DCTEC) entre 2009 e 2011, Roberto Saturnino Braga é símbolo da luta pela independência e soberania nacional. Ao longo de uma grande carreira política, foi deputado federal e diversas vezes eleito senador. Também foi prefeito do Rio de Janeiro entre 1986 a 1988 - o primeiro após a ditadura militar -, cargo que lhe fez enfrentar dissabores resultantes da postura do governo federal com os cariocas.

Além do próprio Saturnino, ocuparam a mesa principal do evento a sua esposa, Eliane Saturnino Braga; Francis Bogossian, presidente do Clube; Luiz Edmundo Barbosa, subsecretário de Ciência e Tecnologia; Agostinho Guerreiro, presidente licenciado do Crea-RJ; Virginia Salerno, diretora de Atividades Técnicas do Clube de Engenharia e amiga de longa data de Saturnino; e Jorge Bittar, secretário de Habitação do município do Rio de Janeiro. Diretores, conselheiros e associados do Clube lotaram o salão para prestigiar o colega Saturnino Braga.

Em clima de grande emoção, os presentes fizeram depoimentos sobre o legado de Saturnino para a política nacional. "Saturnino é uma grande figura da cidade do Rio de Janeiro. É uma honra poder render homenagens à fantástica história de vida de um homem que, como figura pública e servidor do seu país, sempre adotou posturas humanistas", destacou Bittar. O presidente do Clube completou. "Boa parte dos seus 80 anos foram dedicados aos interesses soberanos do povo do país e da cidade do Rio, sempre primando pela transparência e pela gestão responsável da coisa pública", declarou Francis.

Muito emocionado, Saturnino falou de seu trabalho no BNDES em dois grandes momentos: na criação do banco e, mais tarde, quando se torna o maior banco de fomento do mundo, nos anos 1970. Saturnino também não deixou de lembrar a época mais difícil de sua carreira política. "De toda a minha vida política, a minha passagem pela prefeitura do Rio foi sem dúvida o que mais me marcou. Enfrentamos problemas sérios quando o governo federal cortou nossas verbas, principalmente devido ao tamanho da rede escolar e hospitalar da cidade que havia sido a capital. Em dado momento, ficou inviável governar. Apesar disso, lembro com carinho da experiência pioneira por nós implantada de gestão participativa da cidade, da construção dos 12 pólos de ciência e tecnologia, da criação das secretarias de cultura e transportes. Fiquei com fama de 'o homem que faliu o Rio'. Paciência. A política é assim mesmo. Na época, deixei a prefeitura em depressão e foi aí que descobri meu amor pela literatura. Valeu a pena", explicou.

 

Receba nossos informes!

Cadastre seu e-mail para receber nossos informes eletrônicos.

O Clube de Engenharia não envia mensagens não solicitadas.
Pular para o conteúdo