Redução da variedade de cursos aponta para uma reformulação na formação universitária de novos engenheiros

Os cursos de engenharia estão passando por um momento de reformulação. A revisão da nomenclatura dos cursos superiores de engenharia é parte de um processo amplo que, futuramente, se estenderá para diversos cursos das áreas de humanas, exatas e biomédicas. A revisão para os cursos de ciências biológicas e da saúde, além de comunicação, artes e humanidades também já está em andamento.

O objetivo é facilitar a elaboração de projetos pedagógicos pelas instituições, melhor orientar estudantes nas escolhas profissionais, favorecer a mobilidade e empregabilidade dos alunos e dar mais clareza às empresas e órgãos públicos na identificação da formação necessária aos seus quadros de pessoal.

Dos mais de 26 mil cursos de graduação existentes hoje no Brasil, sete mil apresentam nomes diferentes para o mesmo projeto pedagógico. Já os cursos de engenharia apresentam 260 nomenclaturas diferentes. Ao final do processo, eles serão agrupados em 23 denominações. O curso de Engenharia Elétrica, por exemplo, abarcará os cursos de engenharia elétrica, elétrica e eletrônica, eletrotécnica, elétrica e das energias e elétrica industrial.

De acordo com o diretor de regulação e supervisão da Secretaria de Educação Superior (Sesu), Paulo Wollinger, o objetivo não é tolher a liberdade das instituições. “O objetivo não é pôr uma camisa de força nos cursos. As instituições podem criar cursos, desde que o perfil profissional contenha diferenças substanciais em relação a algum já existente”, explicou.

Os cursos de engenharia apresentam 260 nomenclaturas diferentes. Ao final do processo, eles serão agrupados em 23 denominações

Diálogo com a sociedade

Para que a área acadêmica e a sociedade em geral pudessem propor mudanças e opinar sobre o processo de atualização, em junho de 2009, a Sesu abriu consulta pública. Foram recebidas mais de 2 mil sugestões de profissionais e entidades representativas.

No momento, um grupo de especialistas está trabalhando com as informações recolhidas para que sejam feitas as alterações necessárias. O documento com a versão final do trabalho será apresentado ainda esse ano. A partir de janeiro, as instituições começarão a aplicar as mudanças nas nomenclaturas. Esse momento de transição se encerrará na próxima avaliação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação (Sinaes).

 

Jornal 501 – novembro 2010 – página 12 – Educação

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