Rio + 20/Cúpula dos Povos

Clube de Engenharia reúne parceiros, abre as portas para a sociedade civil e participa ativamente  do momento histórico representado pelos diversos eventos globais que, durante o mês de julho, transformaram o Rio de Janeiro no epicentro da construção do futuro do país e do mundo

Após meses de preparação e dias de intensos debates,  a cidade do Rio de Janeiro fez história novamente. A  Rio+20 se transformou no maior evento já organizado  pela Organização das Nações Unidas. Foram 5 mil  pessoas trabalhando diretamente para receber as  delegações de 193 países. Outras 45,4 mil foram  credenciadas (11 mil para as delegações, 10 mil para  organizações não governamentais e representantes da  sociedade civil, 4 mil para profissionais da imprensa e  outras 4 mil para o contingente de segurança).

Os números, no entanto, não garantiram o sucesso  pleno. Embora cerca de 700 compromissos voluntários tenham sido firmados no sentido de investir em  transporte e energia sustentáveis, para alguns  especialistas e para o próprio secretário-geral da ONU,  Ban Ki Moon, as negociações não avançaram como  deveriam e o documento final acabou sendo fraco,  insuficiente, “pouco ambicioso”. Para o embaixador

Luiz Alberto Figueiredo, o principal negociador do  Brasil, “quem exige ambição e não põe dinheiro sobre a  mesa está sendo incoerente”.

Para Ibá dos Santos, coordenador do Grupo  de Trabalho para a Rio+20 do Conselho

Federal de Engenharia e Agronomia  (Confea), que também representou o

Clube de Engenharia no evento oficial da Rio+20 no Rio Centro, o resultado não foi ruim. “Chegar a um resultado consensual  é difícil, mas a proposta brasileira de  diminuir a pobreza no mundo é um avanço.  Mesmo que os países ricos não tenham  assumido um compromisso real com o desenvolvimento sustentável, acredito que  nós seremos usados como modelo. Não  poluímos tanto, temos o desenvolvimento  sustentável como foco e um trabalho de  diminuição da pobreza elogiado em todo  o mundo. Acredito apenas que faltaram  metas mais concretas”, destaca.

Diálogo aberto

Se o resultado que saiu do Rio Centro não foi o esperado, chegando a ser avaliado por especialistas como um retrocesso em relação à Eco’92, o caráter  mobilizador que a conferência criou foi mais que positivo. Nos meses que precederam a Rio+20, a  sociedade civil se mobilizou e por todo o país debates sobre os mais variados temas foram organizados entre  entidades de classe, iniciativa privada, academia e representantes do poder público. O diálogo, amplo e democrático, correu por fora do evento oficial, pouco aberto à participação da sociedade civil, extrapolou o tema principal da conferência, a “economia verde”,  considerado insuficiente para a resolução dos problemas  do mundo, e transformou 2012 em um ano em que o mundo de fato parou para pensar.

Entre os muitos eventos paralelos à Rio+20, a Cúpula dos Povos se destacou, reunindo no Aterro do Flamengo representantes de lutas da sociedade civil de todo o mundo. Em assembleia, foi fechado um documento final que, diferente da versão da Rio+20, conseguiu superar divergências sem abrir mão de pontos fundamentais para um avanço real no debate da sustentabilidade. O documento foi entregue um dia depois, em mãos, a Ban Ki Moon.

“Entre os muitos eventos paralelos à Rio+20, a Cúpula dos Povos se destacou, reunindo no Aterro do Flamengo representantes de lutas da sociedade civil de todo o mundo”

Clube abre as portas

A participação do Clube de Engenharia nos debates  que se formaram no âmbito da Rio+20 tiveram espaço  nos Diálogos, plenárias oficiais da ONU que votaram  propostas dentro de 10 temas prioritários a serem  enviadas para a Cúpula da Terra, onde os Chefes de Estado  debateram o documento final. Também  estiveram representando o Clube, entre  outras entidades da engenharia nacional, na

Rio+20, Duaia Vargas e Eduardo Hingst.

Na Cúpula dos Povos, os temas levados pelo  Clube – detalhados nas próximas páginas

– tiveram grande destaque. Assumindo  papel fundamental de “casa da sociedade”,  o Clube abriu suas portas para receber os eventos da Cúpula, transformando - se na informal “Tenda Rio Branco 124”.  Para a Cúpula, levou temas como energia,  desenvolvimento, cidades, mobilidade  urbana, desenvolvimento tecnológico  sustentável, entre outros que, com grande  cobertura da mídia, marcaram a participação  da engenharia nacional na construção social  de um futuro mais justo e igualitário.

Matéria publicada no jornal número 520 do Clube de Engenharia - julho de 2012, página 10

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