Mapeamento, sinalização e prevenção foram temas centrais do Fórum de Acidentes Naturais

O investimento em contenção de encostas, prevenção e sinalização de áreas de risco foi o tema central do Fórum Permanente de Acidentes Naturais, organizado pelas Divisões Técnicas de Recursos Naturais Renováveis (DRNR) e de Urbanismo (DUR). Durante o evento, especialistas debateram a necessidade da gestão de riscos e respostas aos possíveis acidentes. A partir do consenso de que o Brasil ainda está muito atrasado nesta área, embora tenha investimentos já realizados, o gerente de Projetos de Áreas de Risco da Secretaria Nacional de Acessibilidade e Programas Urbanos do Ministério das Cidades, Thiago Galvão, apresentou os investimentos feitos nesse sentido. Além disso, o representante do Ministério das Cidades, falou sobre o Programa de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres, que apresenta, entre os eixos principais, a promoção de ações de resposta e reconstrução que garantam a segurança da população em situações de desastre.

O diretor de Informação, Monitoramento e Fiscalização do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), Carlos Alberto Fonteles de Souza, abordou as tecnologias pensadas para o monitoramento ambiental. Fonteles contou que o INEA investiu em um software de monitoramento de descargas elétricas. “O objetivo é identificar as áreas onde teremos mais chuvas para alertarmos os órgãos competentes. É importante para estabelecer os estágios dos alertas, se há riscos de desabamento, chuva forte, alagamentos etc.”, explicou. O INEA adquiriu equipamentos para monitorar todo o estado do Rio, priorizando as regiões norte e noroeste.

A Defesa Civil é um dos órgãos com maior experiência no assunto. Segundo o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Marcello Silva da Costa, ao longo dos anos as políticas de desastres ambientais eram quase que exclusivas da Defesa Civil. “Eu, como bombeiro, não aguentava mais tirar pessoas da lama. O que queríamos era alertar as pessoas para o fato de que elas moram em áreas de risco”, afirmou Marcello. Segundo ele, o Departamento de Recursos Minerais (DRM) do Serviço Geológico do estado tem desempenhado um excelente trabalho de mapeamento das áreas de risco de todo o estado do Rio. “As pessoas têm o direito de saber que correm risco e o que devem fazer em caso de chuvas fortes”, alertou.

O tenente-coronel explicou o funcionamento do Plano de Contingência de Família, cujo objetivo é tornar as comunidades organizadas e participativas, aumentando sua recuperação e enfrentamento em casos de desastres. Ele falou também sobre a importância do voluntariado. “Nessas localidades todos se conhecem pelo nome; contratar os moradores pra fazer este trabalho na comunidade, identificando pontos de risco e ensinando as rotas pra sair em caso de acidente é muito eficaz”, detalhou.

Para Flávio Erthal, presidente do DRM, a integração entre os entes federados e outras instituições está sendo construída. Segundo ele, isso é importante para otimizar o uso dos recursos públicos. “O DRM está ampliando seu trabalho para a área das infraestruturas, para além dos desabamentos, atuando diretamente com os municípios na compatibilização de mapeamentos. Também estamos organizando as responsabilidades de cada um, DRM, Defesa Civil, prefeituras etc.”, explicou Erthal, destacando a importância do Plano Nacional de Gestão de Riscos.

A enchente ocorrida em Xerém, em janeiro de 2013, foi relembrada pelo coronel Silva Costa, secretário de Defesa Civil de Duque de Caxias. De acordo com o coronel, a primeira medida a ser tomada para a redução de desastres é trabalhar a vontade política dos responsáveis. “A técnica é indiscutível, mas ela depende demais da vontade política. Estamos desenvolvendo nosso Plano Municipal de Resposta a Acidentes Naturais, que é crucial para resolver o problema de fato”, resumiu.

 

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