Brasil Amanhã #69 - Carlos Gadelha: “A saúde como alavanca do desenvolvimento”

 

O desenvolvimento nacional precisa articular, ao mesmo tempo, a dimensão econômica, social e ambiental. E o contexto da pandemia ratificou que a dimensão social e o bem-estar não são externalidades, mas essências do desenvolvimento. O economista Carlos Gadelha, coordenador do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz, foi o convidado da websérie Brasil Amanhã#69. Com visão propositiva sobre o futuro das políticas públicas para o Sistema Único de Saúde (SUS), o professor Gadelha entende que vivemos uma "geopolítica das vacinas", no sentido de que os países com capacidade tecnológica e de produção estão saindo na frente: garantem não só a vida das suas populações, mas o próprio desenvolvimento.

Mais do que nunca, argumenta, é preciso ver a saúde também a partir de um importante subsistema de informação e conectividade, central no contexto da Quarta Revolução Industrial Tecnológica, no qual se disseminam tecnologias de fronteiras, como inteligência artificial e big data, para diagnosticar onde as políticas públicas devem agir. Sem um projeto de desenvolvimento estratégico para a saúde, a tendência é que os brasileiros fiquem cada vez mais vulneráveis frente às assimetrias globais. O caminho passa por integrar diferentes atores, como o Ministério da Saúde, Instituições Públicas e Parques Tecnológicos, mas também as próprias empresas privadas, em parcerias tecnológicas e de compra — como as que ocorreram entre Fiocruz e a AstraZeneca/Universidade de Oxford, e mesmo entre Butantã e Sinovac.

Carlos Augusto Grabois Gadelha é doutor em Economia pelo Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador e líder do Grupo de Pesquisa sobre Desenvolvimento, Complexo Econômico-industrial e Inovação em Saúde (GIS/Fiocruz). É professor e pesquisador do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (DAPS/ENSP/Fiocruz; coordenador do Mestrado Profissional em Política e Gestão de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde da Fiocruz e Coordenador do Centro de Estudos Estratégicos (CEE/Presidência/Fiocruz). Foi Vice-Presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz; Secretário de Programas de Desenvolvimento Regional do Ministério de Integração Nacional; Secretário de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde; e Secretário de Desenvolvimento e Competitividade Industrial no Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

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