A importância da Engenharia Geotécnica nas obras da atualidade

O Clube de Engenharia recebeu nesta quarta-feira, 20, o geólogo André de Souza Avelar para a apresentação da palestra A importância da Engenharia Geotécnica nas obras da atualidade. Graduado em Geologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestrado e doutorado em Engenharia Civil pela UFRJ, Avelar é atualmente professor Adjunto da UFRJ e atua em linhas de pesquisa ligadas a Geomorfologia, Hidrologia, Geotecnia, Meio Ambiente e Ecologia da Paisagem (Geoecologia). O pesquisador possui ainda experiência científica e de consultoria na área de Geociências e Geotecnia, com ênfase em processos geomorfológicos.

Durante a apresentação, Avelar fez observações acerca da importância da Engenharia Geotécnica e da necessidade do cuidado de engenharia nas construções. O município do Rio de Janeiro, por exemplo, possui um grande potencial para os profissionais. A maioria dos solos moles precisa de aterros para poder facilitar a ocupação. Nas áreas montanhosas, muitas vezes, há necessidade de escavação de túneis rodoviários, ferroviários e metroviários. Além dos viadutos e pontes que cruzam a cidade, que, por conta da sua geomorfologia desfavorável à expansão da ocupação, têm os acessos cada vez mais restritos.

O geólogo lembrou que as grandes capitais brasileiras enfrentam outro problema: a ocupação de áreas críticas pela população de baixo poder aquisitivo. Um adensamento muito grande de pessoas em terrenos que são muito instáveis, tornando necessária a estabilização e o entendimento da suscetibilidade desses terrenos.

Outros assuntos abordados, além das questões relacionadas aos desastres naturais, como ciclones, vulcanismos e terremotos, foram as questões dos deslizamentos, rupturas de rodovias, deformações e colapsos de obras, coluna de silos, barragens, que poderiam ser evitados se tivessem uma qualificação de engenharia geotécnica mais elaborada e maior cuidado nos projetos e execução das obras.

“O terremoto que gerou o tsunami no Japão vitimou 12 pessoas e a maioria morreu pela inundação que a onda gerou. O terremoto que aconteceu no Haiti, em 2010, vitimou 200 mil pessoas, porque a qualidade da construção naquele país é muito inferior à qualidade de construção no Japão. A falta de adequação leva a essas discrepâncias. A melhor engenharia demanda mais conhecimento, alta qualidade técnica dos profissionais”, concluiu.

Promovida pela Diretoria de Atividades Técnicas (DAT), pela Divisão Técnica de Construção (DCO) e pelo Instituto Brasileiro de Educação Continuada (INBEC), a palestra contou ainda com a presença da professora Solange Mathias, mestre em Engenharia de Transporte pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ).

Ricardo Khichfy, chefe da DCO, ressaltou a importância do tema neste momento, demonstrando pesar e preocupação com os últimos acontecimentos na indústria de construção civil, lembrando recente explosões que causaram a destruição. “Aqui no Clube, estamos lutando para tentar minorar esses acontecimentos. O Brasil, infelizmente, não tem cultura de fiscalização, não tem cultura de manutenção de obras”, lamentou.

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