Parque do Flamengo: grande legado à cidade do Rio

O cinquentenário de uma das mais marcantes intervenções urbanísticas da história da cidade do Rio de Janeiro, o Parque do Flamengo, foi comemorado dia 25 de novembro, no Clube de Engenharia, promovido pela diretoria cultural. Os convidados, Gilberto Paixão e Valter Pinto Costa, contaram suas memórias sobre a obra. Gilberto Paixão, recém formado pela Escola Nacional de Engenharia, trabalhou no desmonte do Morro de Santo Antônio e no aterro do Flamengo. “Toda a minha atividade profissional como engenheiro da prefeitura foi fazendo obras, entre elas, o Túnel Rebouças, as praias de Ipanema e Copacabana e o Aterro, sempre com a perspectiva de buscar melhorar a vida da cidade”, comemorou. 

Valter Pinto Costa, à frente da Superintendência de Urbanização e Saneamento (Sursan), participou da construção do parque durante o Governo Carlos Lacerda. Sobre a Sursan fez questão de registrar que“foi a melhor e mais organizada autarquia de engenharia do Brasil, criada em 1957 pelo prefeito Negrão de Lima. Havia uma carência muito grande de obras públicas que atendessem os interesses da cidade. A Sursan tinha autonomia administrativa e financeira e foi responsável por grandes obras, tanto na área do saneamento como na de urbanização. O Parque do Flamengo é o melhor exemplo deles. Depois de vencer a mentalidade rodoviarista que tinha sido implantada no Brasil, que queria a construção de quatro pistas de autovelocidade e estacionamentos, demos àquela área duas pistas e uma ampla área recreativa”.

O Grupo de Trabalho criado para pensar e executar o parque tinha a administração de Lota de Macedo Soares, “uma enérgica, competente, inteligente e brilhante gerente de projeto”, de acordo com a lembrança de Costa. A vida de Lota e de seu trabalho na construção do Parque do Flamengo foi apresentada, após os depoimentos, no filme Flores Raras, dirigido por Bruno Barreto, com a atriz Glória Pires no papel de Lota. 

Pedro Celestino, presidente do Clube, chamou a atenção para a importância do resgate da engenharia pública. “Os profissionais não se sentem motivados no dia a dia. Tudo é terceirizado e os funcionários são apenas carimbadores de fatura”, destacou o presidente. Pedro Celestino lembrou que o Parque do Flamengo foi também um legado do Governo Federal. “Parte dos recursos vieram do Governo Federal, que na ocasião se transferia para Brasília. Negrão de Lima teve a clarividência de criar uma autarquia que permitiu mobilizar e empreender os serviços e obras que tanto Lacerda como Negrão, posteriormente, legaram para a cidade do Rio de Janeiro”, concluiu.  

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