O Brasil tem potencial para se tornar referência em energia solar fotovoltaica

O Palácio dos Bandeirantes, prédio do governo do estado de São Paulo, tem em sua cobertura 262 painéis solares, atendendo parte da eletricidade usada no prédio. A economia anual prevista é de mais de 600 MWh. O uso da energia solar fotovoltaica em prédios públicos, como prefeituras, escolas e hospitais é apenas uma das áreas de atuação em potencial para esse tipo de energia, mas é necessário um esforço conjunto para que se torne mais acessível. “A expectativa é que com a energia solar o país possa, cada vez mais, seguir adiante nas metas rumo a uma sociedade cada vez mais desenvolvida do ponto de vista econômico, social e ambiental", afirma Rodrigo Lopes Sauaia, presidente-executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSolar), em palestra promovida pela Diretoria de Atividades Técnicas (DAT) e a Divisão Técnica de Energia (DEN), em 31 de outubro, no Clube de Engenharia.

Poder público: leilões e incentivos
O investimento em energia solar e consequente economia são possíveis não somente nas próprias obras de caráter público como em leilões para construção de usinas de energia solar fotovoltaica e na redução da tributação desse recurso. O Brasil já concentra cerca de 3.300 MW em projetos de grandes usinas de energia solar fotovoltaica, leiloadas nos últimos anos, que entrarão em operação até 2018, com investimentos de aproximadamente 13 bilhões de reais.

Aos poucos, os equipamentos e o próprio serviço tornam-se mais baratos. Outra ação relevante é o Convênio ICMS 16/2015, já com a adesão de 22 estados autorizados a isentar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) sobre a micro e minigeração de energia solar como forma inclusive de ajudar a garantir o retorno financeiro do investimento. Ainda segundo Rodrigo Sauaia, se os equipamentos necessários para a energia solar fotovoltaica tivessem carga tributária mais vantajosa, como acontece com outras fontes renováveis, o preço poderia ter redução de mais de 10%.

Expressivo potencial de crescimento
Duas modalidades de geração de energia solar fotovoltaica têm crescido no Brasil: geração centralizada, como as grandes usinas, e a mini e microgeração distribuída, dos sistemas fotovoltaicos aplicados em residências, prédios comerciais e indústrias. "A energia solar, cada vez mais, vai fazer parte do dia a dia do brasileiro. Está se multiplicando no país", garante Sauaia, apresentando os dados. Segundo o presidente-executivo da ABSolar, o modelo é ideal para os principais consumidores de energia elétrica do país. As residências consomem cerca de 22% da eletricidade gerada no país, e têm a mais alta das taxas desse bem, de modo que a geração da própria energia pode ser uma grande vantagem.

Metas e condições climáticas favorecem
Segundo projeção da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), de 2015, participação da energia solar fotovoltaica na matriz elétrica brasileira deve saltar dos atuais 0,01% (dado de 2015) para quase 4% até 2025. "O Brasil tem todas as condições de se tornar uma referência em energia solar fotovoltaica", concluiu Rodrigo Sauaia.

Geração de empregos entre os benefícios
Neste cenário, um dos maiores setores a serem beneficiados será a engenharia, com  empregos locais de qualidade, de nível técnico e superior. Até 2020 serão entre 20 mil e 60 mil novos empregos, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSolar). A produção nacional dos equipamentos fotovoltaicos promete trazer nova tecnologia para se desenvolver no país e novo potencial industrial. Com mais expressividade na matriz elétrica, ainda vai representar diversificação desta, e pode ser complementar às hidrelétricas, uma vez que os períodos sem chuva significam períodos de sol.

 

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