Informe 06/04/2017 - Jerson Kelman faz avançar debate sobre saneamento e privatização

Jerson Kelman faz avançar debate
 sobre saneamento e privatização

Na opinião do presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Jerson Kelman, a privatização de uma companhia de saneamento deve seguir dois pré-requisitos. Primeiramente, não pode recusar o serviço para municípios que não ofertam lucro. E, em segundo lugar, até se cumprir a meta de universalização, está proibida de distribuir dividendos a seus acionistas privados acima do que a lei determina, levando em consideração que o mínimo, legalmente, é de 1/4 dos lucros. Segundo Kelman, uma empresa de saneamento, numa escala estadual, só servirá ao interesse público se tiver as duas características citadas. Tal posição foi defendida em uma reunião do engenheiro com conselheiros do Clube de Engenharia, em 31 de março. O encontro foi considerado extremamente produtivo não só para fazer avançar o debate sobre saneamento e privatização, como também para embasar as constantes discussões no Conselho Diretor e nas Divisões Técnicas Especializadas da instituição a respeito da possível privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae).

O caso de São Paulo
A Sabesp atende, com água e esgoto, 366 municípios do estado de São Paulo. São 27 milhões de consumidores, sendo 21 milhões somente na região metropolitana. É uma empresa de economia mista, com 50,3% de ações do governo do estado e 49,7% de numerosos acionistas privados. As ações são negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e na Bolsa de Nova York. Na visão de Kelman, presidente da companhia desde 2015, a participação privada é positiva por ter permitido na Sabesp uma governança sofisticada, com um conselho de administração experiente e com funções de auditoria. O resultado do acesso ao mercado de capitais é a disponibilidade de recursos para investimento.

Nos últimos nove anos, a Sabesp investiu cerca de 21 bilhões de reais, "um passo substantivo no investimento de saneamento do país", segundo informou, uma vez que a companhia, sozinha, concentra 25% do que se investe em saneamento. Dos 21 bilhões, foram 8 de lucro da empresa e 13 de empréstimos. Após a crise hídrica de 2014 e 2015, que chegou perto de colapsar a empresa, o ano de 2016 fechou com lucro de quase 3 bilhões de reais. "O lucro de um ano é o investimento do ano seguinte. Sem lucro, não faz investimento. A Sabesp não recebe nem um centavo a fundo perdido de governo nenhum, nem federal e nem estadual", esclareceu.

Leia mais no Portal do Clube de Engenharia.

Receba nossos informes!

Cadastre seu e-mail para receber nossos informes eletrônicos.

O Clube de Engenharia não envia mensagens não solicitadas.
Pular para o conteúdo