Clube de Engenharia recebe direção da Cedae

A publicação da Lei 7529/2017, que autoriza o poder executivo a alienar ações representativas do capital social da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae), e dá outras providências, resultou em grande polêmica com proporções nacionais. Atento às questões que afetam diretamente o interesse público, o Clube de Engenharia convidou, no dia 07 de março, a direção da empresa, representada por seu presidente Jorge Luiz Ferreira Briard, para participar do tradicional almoço mensal de confraternização, no qual a empresa foi homenageada.

Na ocasião, o primeiro vice-presidente do Clube, Sebastião Soares, exaltou o serviço público prestado pela Cedae, no qual água e esgoto significam saúde pública, e demarcou a posição do Clube contrária à privatização, em coerência à sua histórica trajetória: “O Clube de Engenharia tem se envolvido, de acordo com a sua tradição centenária, em defesa da engenharia e das empresas públicas”.

Raymundo de Oliveira, ex-presidente da Cedae e do Clube de Engenharia lamentou a tentativa de privatização da companhia, justamente no contexto de grande crise da engenharia nacional, e lembrou outras perdas recentes na área: o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), hoje abandonado; a autossuficiência nacional em urânio enriquecido, arbitrariamente ignorada; e a Reforma da Previdência. Raymundo de Oliveira ainda enfatizou a posição do Clube: "O Clube de Engenharia está hoje aqui ao lado da Cedae, dos trabalhadores da Cedae, pelos empregos da Cedae, pelos nossos empregos".

Presidente da Companhia não descarta o privado, mas “controle deve ser estatal”
Em seu discurso, o presidente da Cedae, Jorge Briard, afirmou não ser completamente contrário à participação privada, mas totalmente a favor do controle público: "Eu acho difícil que somente com a área pública ou somente com a área privada esse país venha a conseguir caminhar sozinho num prazo que seja aceitável para a população, de 15 a 25 anos. Vai ter que ter uma união de esforços para isso. Mas fundamentalmente o controle do saneamento deve ser público".

Ele se utilizou dos números de sucesso da Companhia, tanto na busca pela universalização do acesso a água e esgoto no estado, quanto financeiramente. Segundo Briard, se há 10 anos a área coberta pela Cedae tinha 200 litros por segundo de esgoto tratado, hoje são mais de 6 mil. São atendidas pela companhia quase 13 milhões de pessoas, muitas em lugares onde a infraestrutura mal pode ser aplicada, e muitas outras em cidades que não teriam condições de ter saneamento por conta própria, pois não dão lucro, mas são servidas em virtude do subsídio cruzado.

Financeiramente, a eficiência também se mostra inquestionável: em 2016 a Cedae teve lucro de quase 380 milhões de reais, com crescimento na cobertura de água e esgoto, com quase 5 bilhões de reais de recursos próprios na execução de obras. "Esperamos que essa modelagem prevista para sair, e da qual nós esperamos participar e contar com a participação de vocês, possa ser uma modelagem que leve ao controle público, ao entendimento de que o monopólio natural de saúde pública é um bem disputado no mundo inteiro e não deve ficar na mão do lucro. A lógica do lucro é normal, mas não é a melhor escolha para uma área como a do saneamento básico", afirmou.


Integraram a mesa do almoço, além de Sebastião Soares, representando o presidente Pedro Celestino; Jorge Luiz Ferreira Briard, presidente da Cedae; Raymundo de Oliveira, ex-presidente do Clube de Engenharia e da Cedae; Reynaldo Barros, presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (CREA-RJ); Joel Krüger, presidente do CREA-PR; além de Sérgio Sá e José Yoshimi Arakaki, ex-presidentes da CEDAE.

Estiveram como convidados, da diretoria da Cedae, além de Briard, Flavio Carvalho, Assessor da Presidência; Marco Antônio Feijó Abreu, Diretor de Projetos Estratégicos e Sustentabilidade; Hélio Cabral Moreira, Diretor Administrativo-Financeiro e de Relações com Investidores; Humberto de Mello Filho, Diretor de Engenharia; Edes Fernandes de Oliveira, Diretor de Produção e Grande Operação; Marcello Barcellos Motta, Diretor de Distribuição e Comercialização Metropolitana; Kelly Cristine Olmo Pinheiro, Diretora de Gente e Gestão; Marcio de Melo Rocha, Diretor de Esgotos e Saneamento; Luiz Claudio Matta, Chefe de Gabinete da Presidência; e Luiz Alexandre Sá de Faria, Diretor Presidente da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE (ASEAC). Também foram presenças ilustres no almoço o conselheiro Luiz Alfredo Salomão, presidente do Previ-Rio, e o deputado estadual Samuel Malafaia.

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