A vida de um operário da construção civil se confunde com a do Clube de Engenharia

Por longos 59 anos, José Bezerra foi exemplo de trabalho dedicado e competência para os colegas no Clube de Engenharia. Em fevereiro desse ano, após acordo mútuo, o então funcionário deixou de trabalhar diariamente no prédio que ajudou a construir. A sua história, no entanto, não foi esquecida. Em 25 de agosto, o conselheiro José Carlos Lacerda Freire e o funcionário Fernando Ribeiro estiveram na casa de Bezerra, agora com 90 anos, para prestar uma homenagem em nome do Conselho Diretor ao ex-funcionário. A iniciativa foi do conselheiro, uma forma de lembrar os muitos anos de serviços prestados por José Bezerra, uma trajetória que começou em 1955.

O palacete do Clube de Engenharia na então Avenida Central havia sido demolido e as obras para a construção do Edifício Edison Passos estavam avançadas. Entre os operários estava José Bezerra. Nascido em Campina Grande, Paraíba, e recém-chegado da Bahia, aos 24 anos, ele foi auxiliar de pedreiro nos dois últimos anos da construção do edifício. “Acompanhávamos o serviço do começo ao fim da obra. Éramos pedreiros, carpinteiros, serventes, eletricistas, bombeiros, estucadores, ladrilheiros, pintores e o que mais fosse necessário”, disse ele, em entrevista para o Jornal do Clube de Engenharia, em 2013. A idade era pouca, mas a experiência era grande, já que desde muito jovem José e os irmãos ajudavam o pai no trabalho.

Em 1957, após a inauguração, Bezerra ficou. Convidado pessoalmente pelo então presidente do Clube de Engenharia, Maurício Joppert (1954 – 1961), passou a trabalhar na manutenção do edifício. Em sua trajetória no Clube de Engenharia, Bezerra passou pelos cargos de servente, auxiliar técnico e contra-mestre, trabalhos que o ajudaram a comprar a casa própria. Muitas diretorias fizeram história, e os laços com o Clube, que ele acompanhou por boa parte de sua vida, continuaram firmes e fortes. Tão forte quanto a capacidade de trabalho e a determinação de “Seu” Bezerra em sempre fazer a coisa certa. “Agradeço muito a eles que em todos esses anos me auxiliaram e colaboraram para que eu pudesse cumprir modestamente meus deveres e obrigações em todas as funções que ocupei”, disse.

Com informações do Jornal do Clube de Engenharia, n° 528, março de 2013.

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