Divisões técnicas do Clube estimulam o debate permanente de temas relacionados ao meio ambiente e difundem informações enquanto se preparam para o grande congresso em outubro

Com a proximidade do X Congresso Brasileiro de Defesa do Meio Ambiente, a se realizar de 26 a 28 de outubro de 2011, debates sobre temas relacionados à preservação e recuperação ambiental movimentam o Clube de Engenharia. Em junho, além de receber parceiros e associados para comemorar a semana do meio ambiente, a divisão técnica de Engenharia do Ambiente (DEA) fomentou debates mais profundos que levaram em consideração as diversas faces e ângulos da questão ambiental em um Ciclo de Palestras entre os dias 06 e 10 de junho.

No mesmo mês, a Mata Atlântica, uma das maiores riquezas do país ainda que reduzida a fragmentos do que um dia foi, pela importância de sua recuperação para os serviços ambientais e para a qualidade de vida, foi escolhida como a homenageada do dia 02 de junho pelas divisões técnicas de Recursos Naturais Renováveis (DRNR), Engenharia do Ambiente (DEA), Recursos Hídricos (DRHS), Urbanismo e Planejamento Regional (DUR) e Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas (ABEA). A comemoração teve como expositor Carlos Alberto Mesquita, presidente da Associação Profissional dos Engenheiros Florestais do Rio de Janeiro (Apeferj), que evidenciou a importância de se refletir como reverter a degradação do bioma da Mata Atlântica. “Menos de 17% restou da cobertura vegetal em pequenas ilhas e não adianta apenas proteger esses fragmentos. Precisamos reconstruir conexões e recuperar áreas críticas, gerando trabalho e renda para comunidades locais, recuperando serviços ambientais, regularizando e adequando o ambiente à produção agrícola florestal e garantindo a oferta de produtos e serviços à sociedade”, defendeu.

Gestão ambiental sustentável

“Recursos naturais não são infinitos. Precisamos já de uma nova revolução industrial”. Esse foi o alerta de Adacto Benedicto Ottoni que, no dia 06 de junho, demonstrou a necessidade de uma gestão consciente para a recuperação e sobrevivência do planeta. De 5 mil anos antes de Cristo até o ano 1000 depois de Cristo, a população mundial cresceu em um ritmo estável, abaixo da marca de um bilhão de pessoas, registrando, inclusive, uma forte queda durante a idade média graças à peste negra. Nos últimos 15 anos, no entanto, houve um dramático crescimento populacional e os recursos naturais passaram a ser consumidos em velocidade insustentável.

“Precisamos reverter e controlar esse processo de alguma forma. Hoje, 1 bilhão de pessoas não têm acesso à água potável”, defendeu Adacto. Ainda sobre a qualidade das águas, um problema típico do cotidiano das grandes cidades, o lançamento de efluentes também foi abordado na palestra do dia 07 de junho, do especialista Jorge Luíz Paes Rios.

Caminhos para o desenvolvimento

Implantar e aplicar de fato o desenvolvimento sustentável não é tarefa fácil em qualquer lugar no mundo. “Pode ser que não dê mais tempo, que não consigamos mudar de postura de vida antes que a Terra se esgote”, alertou Virgínia Salerno, diretora técnica do Clube de Engenharia, que destacou, na palestra do dia 09 de junho, a realidade dos fatos, abrindo mão das utopias.

Salerno falou sobre as tecnologias sustentáveis, sistemas de engenharia concebidos para promoverem a inovação e a harmonia com o ambiente e da busca pela comunhão entre ciência, tecnologia, meio ambiente e qualidade de vida. “O paradigma do binômio ‘capital – trabalho’ precisa ser substituído pelo trinômio ‘economia – ambiente – bem estar social’ e isso precisa envolver políticas de Estado”, defendeu.

Geodiversidade e Geoinclusão

O professor Jorge Xavier Silva, chefe da DEA, um dos principais organizadores dos primeiros cinco CBDMAs e participante das nove edições, falou sobre a Geoinclusão no dia 08 de junho. “A cidadania depende do conhecimento ambiental. Não adianta apenas a educação familiar, a educação moral e cívica. Acontece que o ambiente é algo que só existe em dado local. Não há dois ambientes idênticos no planeta em locais diferentes”, explica Xavier.

Xavier defendeu um trabalho educativo difuso, respeitando as peculiaridades e as idiossincrasias locais e a realidade ambiental dos envolvidos e a necessidade de não se ignorar nos livros e salas de aula a diversidade do planeta. Benedicto Humberto Rodrigues Francisco fechou o ciclo de palestras no dia 10 de junho falando sobre geodiversidade, foco e razão de ser da geoinclusão.

 

Jornal 509 – julho 2011 – página 12 – Meio Ambiente

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