Evento de três dias debate transporte sobre trilhos no Clube de Engenharia

Seminário “Transtrilhos: o transporte sobre trilhos que o Rio precisa” terminou nesta sexta-feira

A semana no Clube de Engenharia foi marcada por grandes debates sobre transporte e logística. O seminário “Transtrilhos: o transporte sobre trilhos que o Rio precisa”, organizado pela Associação dos Engenheiros Ferroviários (AENFER) e pelo Clube de Engenharia, contou com a presença de diversos especialistas. Ao final de todas as palestras o público apresentou perguntas aos debatedores.

Segundo o presidente da AENFER, Luiz Lourenço de Oliveira, 17% da população do município do Rio de Janeiro utiliza o transporte coletivo. Em sua avaliação, há muitas ações que restringem passagens para automóveis, como faixas exclusivas para ônibus. Para ele, é inimaginável essa grande extensão de BRTs, modelo de transporte coletivo de média capacidade. Os custos de manutenção são muitos maiores no caso dos BRTs, que transportam um número menor de pessoas se comparado com trens e metrôs. Ainda segundo Luiz Lourenço, deve-se aproveitar os investimentos atuais para priorizar o transporte sobre trilhos.

O subsecretário de Estado de Transportes do Rio de Janeiro, Delmo Manoel Pinho, falou sobre corredores ferroviários e apresentou propostas para novos polos industriais. Delmo, que também é engenheiro, apresentou os projetos ferroviários de carga que estão em andamento, e da revitalização da malha ferroviária do subúrbio do Rio. Segundo ele, os projetos devem ser feitos com eficiência e muito planejamento. “A meta do governo do estado é que, em 2016, o nível de operação da malha ferroviária seja tão eficiente como o das linhas europeias”, declarou.

Hostílio Xavier Ratton Netto, engenheiro da COPPE/UFRJ abordou o tema “Integração do transporte ferroviário de carga”. Hostílio mostrou o grande ciclo de desenvolvimento econômico iniciado no pós-guerra até meados da década de 1970, resultado de uma política de desenvolvimento industrial no Brasil. Ele entende que as ferrovias deveriam, naturalmente, seguir o crescimento econômico e o desenvolvimento do transporte, mas houve uma dependência da indústria rodoviária. “Do ponto de vista do planejamento houve uma grande perda na área ferroviária”, destacou.

Sobre o Plano Nacional de Transporte e o Estado do Rio de Janeiro falou o secretário de Política Nacional de Transportes (SPNT), Marcelo Perrupato, que definiu os espaços territoriais brasileiros. Perrupato lembrou que há uma dinâmica socioeconômica mais homogênea sob os pontos de vista de produções, deslocamentos preponderantes nos acessos a mercados e exportações e interesses comuns da sociedade. “Em relação ao quadro da produção brasileira, existe a necessidade de os transportes se adequarem à logística do agronegócio e mineração com modais de alta capacidade, sejam ferroviários ou aquaviários”, explicou.

No último dia o seminário apresentou debates sobre Trem de Alta Velocidade, a prioridade para a indústria ferroviária nacional e segregação da infraestrutura ferroviária no Brasil.

 

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