Especialistas apontam a troca da qualidade da operação pela pressa para o lançamento e a insistência em modal rodoviário


O sistema de Bus Rapid Transit (BRT) em implantação na cidade do Rio de Janeiro registrou seu quarto acidente fatal no dia 16 de agosto, quando o estudante Felipe Carneiro, de 17 anos, morreu após 43 dias de internação. Trata-se da quarta morte provocada pelo BRT desde a sua inauguração no início de julho. Além de quase uma dezena de atropelamentos, já foram registrados três colisões na Transoeste, o primeiro deles, dois dias após a inauguração.

Embora os debates sobre a mobilidade apontassem cada vez mais para a necessidade do transporte sobre trilhos, o sistema de corredores exclusivos para ônibus articulados foi escolhido pela prefeitura como o principal investimento em transporte para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. De acordo com Luiz Cosenza, membro da divisão técnica especializada de Transporte e Logística (DTRL) se os estudos de demanda estiverem certos, a Transcarioca precisariade um ônibus biarticulado (3 ônibus ligados) a cada 45 segundos em horário de pico para uma demanda de 40 mil passageiros hora/sentido. A Transbrasil, para dar conta da demanda apresentada, precisaria de um ônibus biarticulado a cada 25 segundos. “É demanda para metrô, mas a indústria rodoviária deve ficar muito satisfeita com a opção pelos BRTs”, destacou.

Em palestra no dia 3 de agosto, o professor e engenheiro Fernando MacDowell, um dos mais respeitados especialistas da área, destacou a ineficácia do modal: “Londres e África do Sul sediaram grandes eventos, implantaram o BRT e os projetos não deram certo. Além disso, o BRT não pode ser considerado seguro, já que as pessoas atravessam de uma plataforma para outra entre os ônibus, sem qualquer planejamento, correndo risco de sofrerem acidentes. Falta planejamento operacional“, protestou.

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