1º Fórum da Engenharia Nacional aprova “Carta à Nação Brasileira”

O 1º Fórum da Engenharia Nacional foi encerrado na noite desta terça-feira (03), na sede do Clube de Engenharia do Brasil, no Rio de Janeiro, com a aprovação por unanimidade da “Carta à Nação Brasileira”. No documento, os participantes firmam compromisso de contribuir com a elaboração de um projeto nacional, em que a Engenharia desempenhe um papel preponderante, a partir de um novo modelo mais desenvolvimentista, democrático, soberano e inclusivo. O texto foi lido pelo coordenador do encontro, Allen Habert, após dois dias de painéis que reuniram grandes especialistas em temas brasileiros.

Leia abaixo a íntegra do documento:


CARTA À NAÇÃO BRASILEIRA

O Fórum da Engenharia Nacional reúne os Engenheiros, Arquitetos, Agrônomos, Geocientistas, entre outros profissionais, que reúne lideranças, entidades, institutos, universidades e empresas que atuam e interagem em todos os campos da transformação inovadora do conhecimento para o bem-estar da sociedade e geração de riqueza. Nossa meta é promover a aceleração do desenvolvimento nacional soberano, democrático e inclusivo, unidos em esforços e propostas de soluções positivas e viáveis.

No espírito do Fórum como uma construção estratégica que objetiva ser um espaço político e cultural de debates, diálogo e articulação objetivando o cumprimento de sua missão, promovemos a 1ª Reunião Anual Fórum da Engenharia Nacional, no Clube de Engenharia do Brasil entre 2 e 3 de junho de 2025, nos dirigimos à Nação Brasileira em continuidade aos Fóruns preparatórios do Nordeste e do Sudeste anteriormente realizados.

Desde já, manifestamos pela realização da 1.a Conferência Nacional da Engenharia, 2025/2026, para consolidar junto aos governos, congresso e, principalmente, à sociedade e ao povo brasileiro, a imperativa necessidade de retomarmos o protagonismo da engenharia nacional, na elaboração e implementação das políticas públicas, influenciando a dinâmica social e econômica do Brasil, como condição capital para ombrearmos com as demais nações desenvolvidas.

Reafirmamos a compreensão de que ‘Não há desenvolvimento sem Engenharia e nem Engenharia sem desenvolvimento’.

Portanto, o desenvolvimento almejado pela cidadania brasileira exige recursos e investimentos previamente planejados em rotas tecnológicas associadas às missões já elaboradas no âmbito governamental.

A esses investimentos, deve-se dar prioridade aos segmentos de infraestrutura para a Ciência, Inovação, no mesmo nível que, acertadamente, se reconhece para Educação, Saúde e Segurança. Prioridade, cuja disponibilidade orçamentária para o alcance do modelo de desenvolvimento econômico e social pretendido, exige o fim da política de juros altos e privilégios direcionados aos capitais especulativos e ao rentismo.

Considerando que a Engenharia atua como impulsionadora dos processos capazes de melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, das cidades, do ambiente natural e construído, além de contribuir para o progresso do Brasil, o Fórum da Engenharia Nacional oferece recursos e acervos para a imediata ampliação e otimização da infraestrutura produtiva do País.

Ressaltamos a urgência na retomada dos investimentos fundamentais à infraestrutura para superação dos gargalos que impedem a expansão econômica e o bem-estar da população, bem como a urgente modernização dos processos produtivos complexos e inovadores.

A formação e remuneração digna dos profissionais das engenharias, em um cenário de extrema competitividade internacional, é outro tema que necessita urgentes ações de governo, dado o cenário atual do ensino médio precário nas escolas públicas, antessalas das universidades, e o desvio de finalidade dos empregados desses profissionais, o que leva ao descrédito da juventude na carreira das engenharias.

Precisamos de uma nova regulamentação profissional comprometida com os desafios atuais e futuros de nossas profissões, do desenvolvimento do país e da proteção à sociedade. O PL 1024/2020 deve ser amplamente discutido com os profissionais, organizações profissionais, sistema CONFEA/CREA e MÚTUA bem como a sociedade. Não pode ser um processo açodado.

Destacamos a necessidade de valorização das empresas brasileiras, protegendo-as de concorrências predatórias e que deveriam privilegiar suas competências técnicas em lugar de preços lesivos à excelência dos resultados.

Objetivando estimular a participação da engenharia brasileira nos processos de integração econômica e social do país, alertamos para a necessidade de inclusão na formação dos seus profissionais, a sensibilidade para o compromisso social no exercício de sua profissão, incluindo oportunidades econômicas daí advindas

Considerando a Ciência como principal indutora da inovação de base tecnológica, cuja realização se dá, em geral, por meio da engenharia, exigem-se mecanismos para que as novas gerações sejam incentivadas a se encantarem com a Ciência e seus resultados para a sociedade.

Por fim, nos termos dos sentimentos que animam e impulsionam a presente jornada, reiteramos que o Fórum da Engenharia Nacional é uma articulação permanente, expressando a disposição e compromisso de todos nós em contribuir para a construção de um Brasil próspero, soberano e de gente bem tratada e feliz. Nesse sentido, colocamo-nos à disposição em participar e influenciar nos processos decisórios relacionados aos projetos que impactam os destinos da Nação.

Rio de Janeiro, 3 de junho de 2025

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