Frente as agressões à democracia e à soberania, que se multiplicam e vêm ocorrendo quase diariamente, o Clube de Engenharia tem somado suas forças às demais entidades da sociedade civil. Tanto no campo da ciência, tecnologia e inovação - com a Sociedade Brasileira para o Progresso da ciência (SBPC), a Academia Nacional de Engenharia (ANE), e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) - quanto buscando criar mecanismos de consulta permanente que permitam ações imediatas em defesa da democracia - com a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), dentre outras.

O caminho é o do diálogo e não o da ruptura. É preciso falar do Brasil, das potencialidades do país, das características positivas do povo brasileiro, de uma Nação Protagonista a ser construída. Urge encontrar saídas para o caos econômico e político que assistimos hoje. É isso, e a sua tradição de lutas, que fazem o Clube de Engenharia defender posições claras e denunciar aquilo que entendemos como ataques diretos aos interesses nacionais. Que faz o Clube de Engenharia reagir com veemência contra a destruição do acervo tecnológico das nossas empresas.

A cada dia fica mais nítido que o objetivo geopolítico da chamada Operação Lava Jato foi destruir a capacidade instalada da engenharia brasileira, para possibilitar a entrada de empresas estrangeiras na chamada reconstrução (sic) do Brasil. É necessário punir os corruptos. Mas igualmente imprescindível é manter e fortalecer as atividades produtivas geradoras de riqueza e de empregos para todos os que aqui vivem. Honrando seu passado em defesa da Engenharia, da Democracia e da Soberania, o Clube de Engenharia expõe sistematicamente suas opiniões sobre o atual desmonte da nossa capacidade produtiva e da potencialidade da engenharia nacional.

Espanta, entretanto, o silêncio do empresariado frente ao desmonte em curso no país e ao dramático cenário do desemprego. Não há reação das federações das indústrias de São Paulo e do Rio de Janeiro, nem das entidades patronais de engenharia, contra a visão retrógrada e insensível que permeia hoje a política nacional, com destaque para a precarização das relações de trabalho, que nos remetem a uma situação próxima da escravidão. Os empresários de multinacionais, por exemplo, não aplicam essa legislação porque lhes interessa que a força de trabalho seja uma força organizada. É mais fácil negociar com uma força organizada do que com a desordem que se quer implantar no Brasil.

O Clube de Engenharia teme pela preservação da nossa integridade territorial, a persistir essa política de desmonte sistemático das conquistas econômicas e sociais das oito últimas décadas. Conquistas consolidadas por diferentes regimes e governos, com orientações distintas, mas que tinham uma preocupação nacional. Hoje inexiste um projeto de País que aponte para horizontes no qual a nação brasileira, como um todo, vislumbre o seu futuro. Ao contrário, o projeto é destruir, com violência explícita, o que gerações de brasileiros lutaram muito para conquistar: a transformação de uma economia colonial em uma das maiores economias do mundo.

A Diretoria

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