Com o propósito de fazer um amplo balanço de suas atividades no ano de 2013 e planejar as metas para 2014, a direção da FAPERJ se reuniu, pelo sétimo ano consecutivo, na segunda e terça-feiras, dias 9 e 10 de dezembro, com assessores e integrantes do corpo técnico da instituição.

A abertura dos trabalhos foi prestigiada pela presença do secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Gustavo Tutuca, e do presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis, que também é membro do Conselho Superior da FAPERJ. Além deles, compuseram a mesa de abertura do evento a professora Eliete Bouskela, presidente do Conselho Superior, e os diretores da Fundação, Rex Nazaré, José Enio Prado e Jerson Lima. Ruy Marques, presidente da FAPERJ, foi o primeiro a falar, e agradeceu a presença de Gustavo, Palis e Eliete, assim como de todos os diretores, assessores e funcionários da Fundação. Gustavo, que assumiu a secretaria no início de 2013, elogiou a atuação da FAPERJ, agradecendo sua grande participação em prol do desenvolvimento científico e tecnológico do estado. Palis, por sua vez, colocou a ABC como parceira contínua da FAPERJ, ressaltando a importância do trabalho que ela vem realizando, permitindo um aumento sem precedentes na capacidade de produzir ciência pelos pesquisadores do Estado do Rio de Janeiro.  Também presentes a abertura o subsecretário Augusto Raupp e o diretor de administração e finanças da Secretaria de C&T, Gabriell Carvalho.

Logo após a abertura dos trabalhos, Ruy Marques fez uma detalhada exposição da política de fomento praticada pela instituição em 2013, seguida da apresentação de metas para o ano próximo. "Desde 2007, resgatamos a credibilidade da FAPERJ, com o pagamento em dia dos auxílios e bolsas aprovados, com a diversificação do apoio para todas as áreas do conhecimento e com a previsibilidade para relançamento de muitos programas, dando início a uma abrangente recuperação da infraestrutura para pesquisa nas instituições sediadas no estado do Rio de Janeiro", disse Ruy Marques.

O dirigente lembrou o consistente aumento dos recursos repassados à FAPERJ, desde 2007, ano em que a Fundação investiu cerca de R$ 206 milhões, até alcançar o montante de pouco de cerca de R$ 400 milhões, em 2013. mais de R$ 365 milhões, em 2013. "Vamos continuar investindo no apoio a projetos científicos e tecnológicos em instituições e empresas sediadas não somente na Região Metropolitana, mas também em todos os demais municípios do estado", destacou. O estímulo à formalização de novas parcerias – e não só com as agências de fomento nas três esferas de poder, mas também com a iniciativa privada – e a internacionalização das atividades da Fundação também foram ressaltadas. No tocante às parcerias com agências federais, Marques demonstrou grande preocupação: “Embora as parcerias com a Capes tenham sido mantidas nos últimos dois anos, parcerias com outras agências tradicionais têm se tornado menos presentes, levando a substancial diminuição da execução financeira da Fundação com recursos decorrentes dessas parcerias, o que é um motivo de grande preocupação para toda a comunidade científica e tecnológica do estado. Recentemente, lançamos o edital Tecnova – Rio Inovação 2013, decorrente de uma parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos – Agência Brasileira de Inovação (Finep), mas a última parceria com essa mesma agência havia sido lançada somente em 2008, com o programa Rio Inovação 2008. Os pesquisadores e empreendedores do nosso Estado têm se ressentido da diminuição de recursos financeiros decorrentes dessas parcerias. Felizmente, a FAPERJ tem conseguido manter a sua política de disponibilizar editais em todas as áreas do conhecimento e setores de atividades profissionais, possibilitando a progressão do ritmo das pesquisas/inovação em nosso Estado, mas é imprescindível que níveis anteriores de recursos decorrentes de parcerias sejam resgatados e mesmo aumentados”.

Ao avaliar como extremamente positiva a repercussão dos "seminários temáticos" realizados em 2013, Marques afirmou que, em 2014, a Fundação irá organizar um importante número de seminários, mas, desta vez, destinados a avaliar alguns dos programas mais importantes praticados pela FAPERJ ao longo dos últimos anos. E mencionou, como exemplos, os programas "Pensa Rio", "Prioridade Rio", "Difusão e Popularização da Ciência", "Apoio à Inovação Tecnológica", Apoio à Melhoria do Ensino nas Escolas da Rede Pública", "Apoio a Grupos Emergentes de Pesquisa", "Apoio ao Desenvolvimento de Modelos de Inovação Tecnológica e Social", "Apoio às Universidades Estaduais" e "Apoio a Instituições de Ensino e Pesquisa Sediadas no Estado, entre outros". De acordo com o presidente da Fundação, a realização dos seminários permitirá identificar acertos e também possíveis equívocos na formulação dos programas. "Vamos convidar os pesquisadores e empreendedores contemplados a apresentarem os resultados alcançados com o fomento outorgado. A partir daí, teremos uma ideia mais precisa do que é preciso alterar para dar ainda mais dinamismo e efetividade a esses e outros programas que vimos lançando", disse.  E continuou: "A ideia é possamos criar publicações sobre alguns desses importantes programas, mostrando, sumariamente, o que vem sendo possível realizar com os recursos que estão sendo disponibilizados para apoio à C,T&I no Estado do Rio de Janeiro”, ressaltou Marques.

Para 2014, Ruy Marques falou sobre novos programas que poderão ser criados. Dentre eles, a extensão do recém-lançado doutorado-sanduíche reverso para estágios de doutorandos advindos de outros estados brasileiros e também o lançamento de um edital conjunto em parceria da FAPERJ, Fapemig e Fapesp, envolvendo redes de pesquisa nos três estados do Sudeste. Também se discutiu a criação de uma versão mais ‘ousada’ do edital "Pensa Rio", voltado a apoiar temas estratégicos e relevantes para o governo do estado. "Teremos uma edição ampliada, com recursos na ordem de R$ 60 milhões, com três anos para desenvolvimento dos projetos contemplados. A ideia é que possamos montar um Comitê de Julgamento constituído por experts estrangeiros, nas diversas áreas. A partir de uma pré-seleção realizada on-line, em uma avaliação presencial os proponentes realizariam curtas apresentações orais de seus projetos de pesquisa para o Comitê”, sugeriu. E acrescentou: “Tenho certeza de que será um edital bastante disputado, a julgar pelo excelente nível de nossos pesquisadores”. 

Durante os dois dias da reunião, todos os assessores (diretorias científica e tecnológica, além daqueles ligados diretamente à presidência) puderam apresentar todos os programas lançados em 2013, mostrando demanda e concessão, por instituição e por grande área / área do conhecimento. Ao final da apresentação de cada um dos programas, o assessor responsável teceu os seus comentários e sugeria alterações a serem realizadas e também o lançamento de novos programas. Por exemplo, Vitor Ferreira, assessor da diretoria científica, apresentou, entre outros, dados sobre o programa mais antigo da Fundação, o APQ 1 – auxílio básico à pesquisa, fazendo uma comparação entre as demandas e concessões relativas aos anos de 2007 a 2013: “Sem dúvida, a demanda aumentou muito nesses anos, especialmente entre 2007 e 2010, mas tem se mantido praticamente constante nos últimos três anos (2011 a 2013). O que aumentou nesse período foi o valor concedido por projeto, inclusive porque vem se levando em consideração que cortes superiores a 30% no valor solicitado devem levar à negativa para a concessão,” relatou. Este é um critério que vem sendo observado pela Fundação, no sentido de minimizar os cortes no orçamento dos bons projetos apresentados.

A assessora Leila Pontes destacou a importância do apoio às instituições vinculadas à Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, como o Centro de Ciências e Educação à Distância do Estado do Rio de Janeiro (Cecierj/Cederj) e a Fundação de Apoio ao Ensino Técnico (Faetec). "No caso da educação a distância, em alguns pontos do interior do estado, principalmente em locais onde os trabalhadores já estão inseridos no mercado de trabalho, estes recursos serão extremamente importantes para incrementar a atualização profissional. No caso da Faetec, graças ao apoio que temos dado à infraestrutura e à construção de laboratórios, hoje o mercado já vem empregando técnicos formados pela instituição", afirmou. E complementou: “Também é de suma importância o apoio à pesquisa agropecuária, notadamente por meio da Pesagro-Rio”. Ruy Marques acrescentou ainda a necessidade de fortalecer os grupos de pesquisa nessas três instituições.

No prosseguimento da reunião, a assessora Monica Savedra apresentou algumas propostas para o Auxílio à Editoração (APQ 3) da FAPERJ. "Temos observado um aumento muito substancial nos orçamentos para publicação das obras que financiamos. Precisamos estabelecer alguns critérios para esses orçamentos. Uma ideia que poderia ser implantada é o estabelecimento de faixas de preços para as publicações”, referiu. O diretor científico Jerson Lima concordou e acrescentou que “livros que já contem com subsídios do APQ 3 deveriam ter reduzido o preço final nas livrarias. Essa seria uma forma de tornar mais acessível a estudantes e pesquisadores das instituições superiores de ensino e pesquisa do estado obras importantes, o que é justamente um dos objetivos do programa.”

Os assessores da diretoria de tecnologia mostraram o amplo alcance dos programas da FAPERJ na interiorização dos projetos que vêm sendo aprovados. O diretor de tecnologia Rex Nazaré se mostrou satisfeito com a abrangência que os diversos editais vêm possibilitando, chamando a atenção também para inúmeros bons produtos que vêm sendo desenvolvidos: “Já são mais de 1.200 micro e pequenas empresas apoiadas, em todas as regiões do Estado. O que se espera é que a demanda de bons projetos no edital Tecnova – Rio Inovação 2013 seja bastante representativa do grande potencial de inovação que dispomos”, disse.

Muitos outros dados e sugestões foram discutidos por todos os presentes, levando à impressão de que algumas novas decisões deverão ser tomadas pela diretoria, para posterior submissão ao Conselho Superior da FAPERJ.

SisFAPERJ: informatização com menor custo

Um dos destaques da Reunião Anual de Avaliação da FAPERJ foi a apresentação do SisFAPERJ, sistema em fase de desenvolvimento que deve entrar em operação no início de janeiro de 2014, para substituir o atual Tasker. A nova ferramenta será utilizada para avaliação e acompanhamento de projetos submetidos à FAPERJ por pesquisadores e empreendedores. O novo sistema manterá todas as facilidades existentes no atual programa utilizado pela Fundação, mas será acrescido de outras que possibilitarão, ao final do período de desenvolvimento do software, que todas as necessidades dos pesquisadores e empreendedores, bem como da própria FAPERJ, sejam resolvidas on-line.

Para o chefe de gabinete da presidência da FAPERJ, Roberto Dória, a implantação do SisFAPERJ terá um impacto muito positivo para a Fundação. "Será importante para a Fundação ter um sistema próprio, que será atualizado e aperfeiçoado com a participação da “prata da casa”, por nossos funcionários, sem custos adicionais", disse.

O presidente da FAPERJ engrossou o coro: "Em julho de 2007, passamos a ter todas as submissões on-line, por meio do sistema inFAPERJ, mas, de lá para cá, ainda que tenhamos evoluído, estamos muito aquém de nossas necessidades e, como o sistema atual não é nosso, o custo para sua manutenção não se tornou mais vantajoso para a Fundação", resumiu. "Agora, nossa intenção é que o SisFAPERJ possa nos dispor todas as informações de que necessitamos, com mais eficiência e a um custo menor", completou.

Novos rumos para a internacionalização da FAPERJ

Já a assessora de Relações Internacionais da FAPERJ, Priscilla Haddock-Lobo, apresentou as principais metas para o desenvolvimento de sua área em 2014. "No início do ano que vem, vamos lançar o website da FAPERJ em inglês", adiantou. "O site  será um instrumento importante para divulgar internacionalmente as atividades institucionais, em língua inglesa", justificou.

Depois de citar os recentes acordos da Fundação firmados com diversas instituições internacionais, como o Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas de La República Argentina (Conicet), o Institut National de Recherche en Informatique et en Automatique (Inria), da França, o Instituto Internacional de Parcerias em Ciência e Tecnologia do Canadá (ISTP Canadá), o Centro Internacional de Astrofísica Relativística (ICRANet) e a PSA Peugeot Citröen, Priscilla detalhou as próximas parcerias a serem anunciadas.

"Estão em fase de finalização os acordos com a Sociedade Alemã de Amparo à Pesquisa (DFG), da Alemanha, a Universidad de La Frontera (Ufro), do Chile, o Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), da França, a Columbia University, dos Estados Unidos, e os Conselhos de Pesquisa do Reino Unido (RCUK, na sigla em inglês) e as Universities of Birmingham and Nottingham, também do Reino Unido", disse Priscilla.

Após o encerramento das apresentações, Ruy Marques elogiou os debates realizados durante os dois dias de reunião, enfatizando que esta lhe pareceu uma das melhores e mais promissoras reuniões realizadas nos últimos anos. 

Também acompnharam a reunião o diretor de administração e finanças da Secretaria de C&T, Gabriell Carvalho e assessores da secretaria.

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