Fonte: Instituto Telecom

No jogo de interesses entre operadoras de telecomunicações e administradores de estádios para o provimento do serviço wi-fi na Copa, o Ministério das Comunicações e a Anatel não quiseram meter a colher. Uma briguinha se estabeleceu por direitos comerciais e valores de aluguel de espaços físicos para salas de equipamentos. Em metade dos estádios o serviço seria provido pelos administradores dos próprios estádios e não pelas operadoras. Contribuiu para o desacerto, os atrasos na entrega de alguns estádios e a má vontade das partes em relação a um acordo. 

Criou-se uma disputa em que o wi-fi seria importante no sentido de desafogar as redes celulares 2G/3G/4G, e ambas as tecnologias deveriam dar vazão ao alto tráfego gerado por voz, fotos, vídeos e mensagens. Para o serviço de voz o tráfego iria logicamente pelas redes celulares, enquanto fotos, vídeos e mensagens poderiam trafegar tanto pelas celulares ou por wi fi, na falada possibilidade de desafogo para esse tráfego. Pouco antes do início da Copa um pronunciamento por parte das operadoras afirmava que num esforço conjunto haveria a prestação dos serviços com um projeto único e infraestrutura compartilhada.

A falta de discussão das soluções, sem considerar as conveniências e facilidades para o consumidor desses recursos, levou a caminhos menos efetivos para o cidadão.

Alguns resultados divulgados nas primeiras rodadas dão conta de que em picos de tráfego houve congestionamentos, e o wi-fi não teve uma participação preponderante no tráfego total, embora fosse gratuito. Na verdade, o que se viu nos estádios não foi uma rede aberta com facilidades de acesso sem grandes necessidades de procedimentos de acesso, e sim um intrincado processo de inicialmente obtenção de senhas, posterior registro dessas senhas no estádio, e acessos a portais de cada operadora, sem nenhuma visão integradora, que impediu, com certeza, vários usuários de usarem na sua plenitude as facilidades do wi-fi. E que, além disso, restringia parcela dos smartphones de poderem sequer acessar o serviço.

Nós, do Instituto Telecom, consideramos que o Ministério das Comunicações foi omisso no tratamento da questão das comunicações nos estádios, deixando as decisões da prestação dos serviços por conta dos interesses do mercado. Além disso, não houve interesse por parte das operadoras de estabelecer um procedimento mais simples para utilização dos recursos gratuitos e também informar de forma clara os procedimentos a serem utilizados pelos usuários, provavelmente motivadas pelo desvio desse tráfego para uma solução que não seria remunerada.Vamos aguardar outras rodadas e jogos mais decisivos para uma avaliação mais profunda do que vem ocorrendo nos estádios em termos de telecomunicações.

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