Determinada a transformar o Rio na capital do conhecimento  e inovação, a Secretaria Especial de Ciência e Tecnologia tira projetos do papel e lança novos olhares sobre a cidade focada na democratização da informação e na popularização da ciência.

Quando o engenheiro e sócio do Clube de Engenharia, Franklin Coelho, então coordena-dor dos programas Piraí Digital e Rio de Janeiro Digital assumiu a  Secretaria Especial de Ciência e Tecnologia da cidade do Rio de Janeiro, organizou-se um diálogo com várias instituições para integrar ao plano estratégico da Cidade uma visão de legado de ciência e tecnologia. Ao olhar para o social, econômico e ambiental, integra-se uma visão de cidade inteligente para que o Rio se posicionasse no patamar que, com certeza, lhe será cobrado durante os megaeventos e, muito menos, seria suficiente para assegurar o legado que o Rio merece.

Não foi por outra razão que a primeira ação da secretaria foi realizar um planejamento estratégico que trabalhou com quatro eixos estruturantes: garantir o direito à informação e ao conhecimento, criar uma ambiência de inovação, consolidar o projeto Rio Digital de Conectividade e apoiar Pesquisa e Desenvolvimento. Foi assim que o primeiro e decisi-vo passo do projeto estratégico da prefeitura foi focar no legado da inovação e do conhe-cimento. A partir daí começou o trabalho apresentado pelo secretário, no dia 11 de mar-ço, ao Conselho Diretor do Clube de Engenharia.

O legado passou a ser discutido de forma mais ampla. Como cidade sustentável, o Rio passou a ser visto com outro olhar. Como cidade digital, com infraestrutura de rede de telecomunicações de voz, dados, imagens e móvel; cidade sensível, com a utilização de sensores no controle da infraestrutura urbana e a utilização de QR code, por exemplo, como cidade inteligente, com a instalação do centro de controle, entre outras ações; e como cidade criativa, com o link com a questão cultural e a criatividade do carioca.

Estruturando a mudança

“Não há cidade inteligente sem uma conectividade pesada. Para pensar um legado para a cidade, com resultados reais, era preciso pensar os programas estruturantes”, explicou Franklin Coelho. O programa Rede Rio Digital, realizado em parceria com o Iplan Rio, foi retomado para cobrir a necessidade da total conectividade, com uma rede de grande potencial em fibra ótica. Para criar um ambiente propício à inovação, com a criação de startups e a presença de desenvolvedores que pavimentarão o caminho para uma cidade inteligente, a secretaria criou o programa Rio Inovação e Conhecimento. Na área da pesquisa e desenvolvimento foi criado o Fundo de Ciência e Tecnologia. “Já estamos lançando os editais e a tendência não é dar sustentação institucional às universidades, mas voltar o fundo para projetos de inovação com impacto na cidade para pesquisadores, empresas e consórcios”, explicou o secretário, que destacou, ainda, os processos de aprendizagem e inclusão digital.

Dois anos de resultados

Embora as Praças do Conhecimento e Naves do Conhecimento sejam as expressões mais conhecidas das conquistas da secretaria, os avanços vão além. A Rede Rio Digital – paralisada desde 2007 por falta de liberação de utilização do solo para a implantação das fibras – será inaugurada esse ano e integrará os centros de pesquisa e universidades à prefeitura em altíssima velocidade. “Para a passagem das fibras, negociamos com o Metrô, Supervia e Linha Amarela”, explicou o secretário. Para incentivar o desenvolvi-mento de startups, a secretaria investiu no Parque Barão de Mauá, que terá incubadoras e aceleradoras. A Microsoft, parceira no projeto, assumiu a reforma do prédio e a construção de outro edifício de três andares onde funcionarão as startups.

O lançamento de concursos foi outra forma usada pela secretaria para atrair mentes inovadoras a serviço da cidade. O desafio Rio Ideias recebeu cerca de duas mil sugestões de aplicativos que poderiam melhorar a qualidade de vida da população. Com base nessas ideias, o concurso Rio Apps premiou os melhores aplicativos. “Foram mais de 100 inscritos. Dali saíram 53 aplicativos à disposição da prefeitura como, por exemplo, o App que permite o acompanhamento em tempo real das obras da prefeitura e o Bus, uma espécie de Twitter para a troca de informações entre usuários de ônibus”, explicou Franklin.

Por meio de uma parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), recém-graduados com até três anos de formados passarão por um curso de capacitação e por dois anos trabalharão em um diagnóstico na cidade sobre inovação em micro e pequenas empresas. A ideia é que cada agente local de inovação trabalhe com 50 empresas e, em dois anos, apresente o diagnóstico das cinco mil em-presas trabalhadas.

Para o futuro, a prefeitura pretende seguir na popularização da ciência, tecnologia e inovação, levando o conhecimento para as áreas mais carentes da cidade. Os projetos Praça do Conhecimento e Nave do Conhecimento, já levaram tecnologia de ponta – com realidade aumentada, interfaces gráficas, sensores e discussões sobre a web 4.0 e novas linguagens do mundo Touch a diversas áreas da cidade, como Padre Miguel e Complexo do Alemão. Hoje integram o projeto Rio 15 Minutos Digital. A ideia é que haja uma Praça ou Nave do conhecimento espalhadas em toda a cidade, a no máximo um quilômetro e meio de cada carioca. 

As muitas ações que há dois anos vêm mudando as perspectivas da cidade, com grandes investimentos em um reposicionamento científico, por meio de desenvolvimento tecnológico local, têm como visão final o estabelecimento do Rio como a capital do conhecimento e da inovação. “Para viabilizar a ideia, a secretaria tem como alvos principais: a criatividade da população, as instituições de produção de conhecimento e a infraestrutura digital de comunicação e de gestão de conhecimento”, concluiu Franklin Coelho, que deu ênfase às potenciais parcerias e ações comuns com o Clube de Engenharia “rumo ao futuro”

- Matéria publicada na página 3 do jornal 528 do Clube de Engenharia.

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