Muro de solo reforçado: técnica pode solucionar maciços instáveis de solo


Áreas de solo instável, que podem ameaçar empreendimentos que lhes são vizinhos, frequentemente contam para sua estabilização com a aplicação da técnica de muro de solo reforçado. O assunto foi explorado pelo engenheiro e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Robson Palhas Saramago, na palestra "Muros de solo reforçado: características, método de cálculo e detalhes construtivos", no Clube de Engenharia, em 19 de outubro.

Segundo o professor, o solo reforçado se caracteriza pela implantação de reforços, que são materiais de elevada resistência à tração, no interior de um maciço de solo compactado. O muro de solo reforçado pode ser um recurso, por exemplo, para recuperar uma encosta que sofreu escorregamento. Os reforços aplicados são geossintéticos, principalmente geogrelhas e geotêxteis, podendo estes serem de tecido e não tecido. A região reforçada com solo compactado atua como se fosse um muro de peso, estabilizando o trecho não reforçado.

Um fator importante, observou o professor, é a necessidade de se ter um sistema de drenagem adequado. Saramago também apontou como fundamental, durante o projeto, a execução de análises de estabilidade global, deslizamento e tombamento, além da verificação de capacidade de carga da fundação. E, embora a estabilidade do maciço de solo ao redor seja a principal motivação da obra, é preciso estar atento à estabilidade interna: o muro de solo reforçado não pode sofrer ruptura ou arrancamento dos reforços, nem desprendimento dos elementos da face que lhe dão o acabamento, dentre outros problemas de instabilidade local. Um dos obstáculos para os profissionais da área é a falta de norma específica que indique fatores de segurança adequados a cada caso. Assim, no estado atual da arte, cada equipe projetista tem aplicado a seus projetos o fator de segurança que julga conveniente.

Vantagens
Algumas das vantagens dos muros de solos reforçados com geossintéticos são: a grande rapidez de execução da obra; tolerância a recalques; possibilidade de utilização do solo disponível no local para formar o corpo de solo compactado; custo competitivo; muros mais verticalizados; e agradável acabamento da obra. "Uma contenção bonita é aquela que nem sabemos que é contenção", afirmou o professor.

O evento foi promovido pelo Clube de Engenharia, Diretoria de Atividades Técnicas (DAT), Divisão Técnica de Geotecnia (DTG) e Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (ABMS-Rio).

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