A FINEP se refundou hoje…
Exagero à parte, a frase acima dita pelo professor Marcelo Zuffo, presidente da Inova/USP, ecoou forte ao final de um seminário do dia 8 de maio na FINEP. Um evento épico sobre as Deeptechs – empresas de base tecnológica oriundas dos laboratórios das universidades. Após recordar à audiência de 680 pessoas, entre presenciais e remotos, com foi a criaçao da FINEP há 58 anos, pelo sempre homenageado José Pelúcio, esse professor, da maior universidade do País, concluiu que tinha assistido a uma atitude que mudava o paradigma de atuação da FINEP ao promover o engajamento dos agentes públicos e privados na proposição de uma politica de acolhimento desses novos agentes inovadores. O seminário, talvez por isso, bateu recorde de mobilização de entidades e pessoas do ecossistema brasileiro. Afinal, eles eram oriundos de 2O estados, representaram 400 entidades, 63 universidades e seus parques tecnológicos além de importantes órgãos vinculados ou nao ao governo como o BNDES, FINEP, SEBRAE, APEX, CNI, ITAMARATY, CGEE, ABDE, MCTI, entre outros que firmaram o Protocolo de Intenções em novembro de 2024, visando a construção coletiva de uma política efetiva de promoção da inovação por meio desses agentes. Foi uma mobilização formada por setores da chamada tríplice hélice pois acorreram à sede da FINEP, governo, empresas e universidades. Entre as entidades privadas do setor, destaque-se a Wilinka que pela presidente Ana Carolina declarou “o seminário foi um momento crucial para refletir sobre a inovação, pois para transformar o potencial científico do Pais em deeptech precisamos de politicas publicas à altura desse desafio”, disse ela em artigo de opinião. Não se trata de figura de retórica, afinal o Brasil é o 13º lugar em produção científica de ciência no mundo, mas apenas o 54º lugar em Inovação. O evento reuniu quatro das principais agencias de fomento ao setor do País, FINEP, BNDES, SEBRAE e APEXBrasil cujos dirigentes vieram dar seu apoio explícito a esse movimento das deeptech anunciando iniciativas mas sobretudo o entusiasmo com o tema, como disse o Presidente da FINEP, Celso Pansera “… as deeptech são a fronteira tecnológica”. A Diretora da APEX , Ana Repessa, destacou que esses novos agentes poderão resolver vários desafios tecnológicos, como os da produção de alimentos, o diretor do BNDES, José Luiz Gordon, grifou que o maior Banco de fomento do Pais já inaugurou um fundo voltado para as deeptech em parceria com a FINEP. O Diretor do SEBRAE Bruno Quick confirmou que são as deeptech o novo na inovação no país.
Mas a marca principal do evento foi ele ser a prova viva que a FINEP como agencia de fomento do Pais assim como os demais participantes tem o que dizer sobre o assunto e por isso mobilizaram a sociedade empresarial, científica e governamental para elaborar uma política pública relevante que pode definir o futuro e de uma nova indústria para o Pais. Esse é o sentido que extraímos do pensamento do professor da USP. Hoje a FINEP se refundou. Deixou para trás, neste caso, junto com seus parceiros, o método burocrático e centralizado de fazer e implementar políticas públicas . A FINEP desde sua contribuição à VCNCTI quando realizou 13 seminários e depois mais 4 outros, em sua sede, nada mais fez do que usar seu potencial que nao pode ser relegado e aplicar esse método disruptivo de se fazer política pública em uma democracia, como fez o Presidente Lula quando promoveu a elaboraçao da Nova Industria Brasil. Todos os 17 parceiros do protocolo de intenções firmado em novembro de 2024 protagonizaram esse feito! O segundo Seminário virá com temas estratégicos como compras públicas, propriedade industrial e regulação.
Fernando Peregrino
Chefe de Gabinete da FINEP
Vice Presidente do CLUBE DE ENGENHARIA DO BRASIL