Evento que está sendo realizado no Clube de Engenharia do Brasil dá a largada para a preparação para a 1ª Conferência Nacional da Engenharia
Teve início na manhã desta segunda-feira o 1º Fórum Nacional da Engenharia, realizado no Clube de Engenharia do Brasil, com a participação de mais de 100 entidades. Representantes de instituições vinculadas à ciência e à tecnologia defenderam a construção de um projeto de desenvolvimento nacional, calcado no investimento em pesquisa voltada para a retomada da industrialização, com o protagonismo para a engenharia. A reunião, que continua nesta terça-feira, é uma preparação para a 1ª Conferência Nacional da Engenharia.
Em seu discurso, o presidente do Clube, Francis Bogossian, citou diversos entraves que dificultam a execução de propostas fez um apelo para que as entidades participantes formassem uma união pela retomada do desenvolvimento nacional. Segundo ele, a falta de coesão política faz com que iniciativas fundamentais para a volta do crescimento econômico, com geração de empregos de qualidade e justiça social, está emperrada por conta de impasses, o que impede o andamento, por exemplo, do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Nova Industrialização Brasil (NIB).
“Nós estamos num período extremamente difícil em que o desenvolvimento não foi retomado, a despeito do PAC, programa lançado pelo presidente Lula, pelo qual eu o parabenizo, mas temos que instar junto à Câmara e ao Senado, no sentido de permitir o início efetivo das obras. Nós estamos praticamente paralisados. Aqui no Estado do Rio e em outros não temos tido obras”, afirmou Bogossian.
O Coordenador do Fórum, Allen Habert, destacou a importância histórica do Clube e seu passado de luta pelo desenvolvimento do país e pela democracia. Ele também ressaltou o quanto o momento atual é propício para a congregação em torno de um novo projeto para o futuro do país.
“É o nascimento do Fórum da Engenharia Nacional num momento muito importante para o país, em que almejamos ter em 2050 uma nação forte e mais justa. Essa caminhada projetada em 2021 e consegue agora colocar-se em pé de forma unitária e democrática”, ressaltou Habert.
O presidente do CNPq, Ricardo Galvão, apontou em seu discurso para a necessidade de o país trilhar o caminho da economia do conhecimento, em que a soberania não se dá apenas no campo do controle do território mas também com relação às tecnologias mais avançadas, que são fundamentais para a competitividade e os avanços em todas as atividades econômicas.
“Nós temos que ter nossas empresas com o domínio soberano daquilo que é a estratégico. Nós não podemos mais continuar com o modelo de desenvolvimento das empresas da engenharia da época de Ford e nisso o CNPq tem atuado bastante”, afirmou Galvão.
O novo presidente da FINEP, Elias Ramos, também compareceu à abertura do Fórum e falou sobre a importância do NIB para o processo de retomada do desenvolvimento. Ele reconheceu que para que a iniciativa seja um sucesso, será necessária a participação intensa da engenharia na criação de soluções para serem implantadas nas empresas.
“A FINEP está crescendo muito. Hoje, ela tem operacionalizado um orçamento, que é um orçamento que está crescendo ano a ano. É fruto do empenho do governo, do presidente da República, da nossa ministra de Ciência e Inovação, e também do Congresso, que precisa aprovar o Projeto de Lei 847/2025, fundamental para organizarmos ainda mais os recursos para a inovação”, disse Ramos.
O presidente da Engenharia pela Democracia (EngD), Paulo Massoca, afirmou em seu discurso que é preciso que os engenheiros e engenheiras, bem como sua entidades representativas, tenham mais voz ativa no debate nacional para contribuir as mudanças necessárias no país.
“É preciso mais engenharia para o país. São fantásticos o novo PAC e o NIB, mas a engenharia está muito ausente disso. Temos que passar a ser ouvidos e temos que começar a falar. É um direito e uma obrigação porque não podemos ser omissos”, destacou Massoca.
A abertura contou também com a presença dos deputados federais Rogério Correia (PT-MG) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ); o reitor da Universidade Federal do ABC, Dácio Matheus; Cládice Diniz, representando a ABEA Nacional; Roberto Luiz de Carvalho Freire, presidente da Fisenge (Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros); Antônio Carlos Soares Pereira, diretor da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros); Jefferson de Oliveira Gomes, diretor da CNI (Confederação Nacional da Indústria); Joel Krüger, presidente da Mútua; Miguel Fernández, presidente do CREA-RJ; Russel Ludwig, presidente do Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva); José Alberto Naves Cocota Júnior, diretor da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto; José Eduardo Jardim, presidente do Instituto de Engenharia; Clóvis Francisco do Nascimento Filho, presidente do Senge-RJ; Sidney Menezes, presidente do CAU-RJ; Nely Palermo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Geologia (SBG); Diego Melo, presidente do Grêmio Politécnico da USP; Poliana Kruger, presidente da Federação de Associações de Mulheres da Engenharia, Agronomia e Geociências (Fameag);e Ricardo Latgé, representando a Federação Brasileira de Geólogos (Febrageo).