Médica defende maior integração entre a medicina e as engenharias
A médica Eliete Bouskela, presidente da Academia Nacional de Medicina e da Academia Brasileira de Ciências, proferiu aula magna no Clube de Engenharia do Brasil, durante a reunião do Conselho Diretor do último dia 27 de outubro. O tema foi “Possíveis relações entre médicos e engenheiros”. Em sua fala, foram apontados caminhos para uma atuação mais conjunta entre médicos e engenheiros para se enfrentar os desafios do atendimento à saúde da população brasileira, que tendem a se agravar com o seu processo de envelhecimento.
Em sua aula, a médica criticou a postura de certos setores do meio acadêmico que, segundo ela, se posicionam sobre uma “torre de marfim”. Ela defendeu maior integração entre diferentes áreas de conhecimento, pedindo maior atenção às iniciativas já tomadas dentro da própria UFRJ que agregam pesquisadores das áreas médicas e biológicas com as engenharias. São propostas que se levadas à frente podem atenuar os impactos que o país vem sofrendo com o envelhecimento da população.
“Minha colocação é de tirar a academia da torre de marfim. Todo mundo que entra nas academias, principalmente as nacionais, são profissionais de boa ou excelente qualidade e pessoas absolutamente diferenciadas. Então, somos nós que temos que puxar essa bandeira. Afinal, todos ficaremos velhos”, destacou Eliete.
Doutora e mestre em Biofísica e Fisiologia pelo IBCCF-UFRJ, com formação complementar nos EUA (Mayo Clinic e University of Washington) e pós-doutorado na Suécia (University of Lund), Bouskela é professora titular da Uerj. É membro da TWAS, European Academy of Sciences and Arts e da Académie Nationale de Médecine (França). Atua nas áreas de fisiologia cardiovascular, microcirculação e pesquisa clínica, com mais de 200 artigos científicos publicados e ampla produção acadêmica. É cientista do Nosso Estado (Faperj), pesquisadora 1A do CNPq e membro de comitês científicos nacionais e internacionais.
