Âmbar quer concluir Angra 3 e construir novas usinas nucleares no país

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Marisa Wanzeller, da Agência iNFRA

O CEO da Âmbar Energia, do grupo J&F, Marcelo Zanatta, afirmou nesta quarta-feira (22) que o plano de crescimento da empresa no setor nuclear envolve não apenas a conclusão de Angra 3 como a construção de novas usinas. A compra da participação da Eletrobras na Eletronuclear foi anunciada pelo grupo na última semana e, de acordo com o executivo, e expectativa é que o processo seja concluído em cerca de seis meses.

Segundo Zanatta, a Âmbar não terá a obrigação de concluir a usina, assim como a Eletrobras estava desobrigada desde o acordo que foi fechado com a União, no entanto, “o plano de crescimento é para fazer Angra 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10”.

“A partir do momento que nós estivermos no negócio e que for economicamente viável, o que a gente acredita que seja, com certeza nós vamos analisar e fazer os investimentos”, disse a jornalistas após participar do evento Euroconsumers Fórum Brasil 2025, em Brasília.

Sobre a conclusão da venda, o CEO ressaltou que a ENBPar ainda avaliará se exerce o direto de preferência na compra das ações da Eletrobras, como sócia da companhia. “Se não fizer sentido [para a estatal], nós seremos os sócios dela”, disse.

Pequenos reatores
Zanatta defendeu que a energia nuclear não fique restrita ao parque de Angra dos Reis e disse que a Âmbar vê os pequenos reatores nucleares (os SMRs) como uma oportunidade para atendimento de comunidades isoladas no Norte do país. A empresa está em processo de aquisição de duas distribuidoras na região, a Amazonas Energia e a Roraima Energia.

“Tem comunidade que a Amazonas Energia está presente, que levam até sete dias de barco para chegar. Se você colocar esse microreator nuclear com combustível que dura um ano, você não tem que ficar transportando o diesel. A gente acredita que você consegue descarbonizar o Amazonas e trazer confiança e segurança pra toda a comunidade”, destacou Zanatta.

“Na minha opinião, [a energia nuclear] não tem que ficar só em Angra, tem que ser lá a usina nuclear no Amazonas, a usina nuclear no Centro-Oeste, a usina nuclear no Nordeste, que você tenha esses hubs de apoio que consiga sustentar eletricamente a região”, concluiu.

Data Centers
O executivo também contou que o empresa estuda a instalação de data centers em suas plantas térmicas, sendo uma possibilidade tanto para as usinas nucleares quanto para outros ativos da empresa. Zanatta citou como exemplo as termelétricas de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, e a Goiânia II, localizada em Aparecida de Goiás.

“Se você olhar toda a parte de regulação do Brasil, com essas térmicas estratégicas em localidades importantes, você colocar data center para que não consuma [energia] dentro do sistema, que os consumidores não sejam impactados com tarifas, com encargos, é algo que faz sentido”, afirmou.

Fonte: Agência INFRA

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