Documento de ‘Um Projeto para Reconstrução do Brasil‘ foi recebido pelo Gabinete de Transição e pelo presidente Lula, com ações a serem implementadas de imediato
Durante quase dois meses, centenas de técnicos, políticos e representantes da sociedade civil, divididos em 39 grupos de trabalho temáticos, se desdobraram para que o novo governo iniciasse com ações planejadas a partir de 2023. Foi um árduo trabalho de diagnóstico da situação da máquina pública que estava sendo entregue e de levantamento de propostas para um novo rumo de desenvolvimento para o país, realizado pelo Gabinete de Transição. Esse processo foi enriquecido com a contribuição do Clube de Engenharia, que elaborou o documento “Um Projeto para Reconstrução do Brasil”, elencando medidas a serem tomadas em diversas áreas e destinado a suas equipes. O documento também foi entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mantendo a tradição da entidade de participação democrática e de responsabilidade com relação aos rumos do Brasil.
Ideias contidas no documento foram expostas presencialmente para o Grupo Técnico de Ciência, Tecnologia e Inovação no fim de novembro, pelo presidente da entidade, Márcio Girão, em um evento realizado na COPPE/UFRJ. Além dos próprios membros do GT, estiveram presentes representantes da UFRJ, do setor empresarial e de associações estudantis.

O debate evidenciou a convergência existente entre diversos integrantes da comunidade acadêmica e do Clube com relação à necessidade de se aumentar o fomento a projetos inovadores de base tecnológica, principalmente através do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e de outros mecanismos de incentivo. O não contingenciamento desses recursos é uma prioridade, que foi de imediato encampada pela nova ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
O Clube também defende o investimento de pelo menos 2% do PIB em Ciência, Tecnologia e Inovação, numa fase inicial, podendo superar essa margem nos próximos anos. São metas que vão ao encontro da prática de países que vêm alcançando forte crescimento econômico e desenvolvimento social, tendo em vista o maior valor agregado de produtos de base tecnológica com relação às commodities e seu potencial de geração de empregos qualificados.
Mas além do campo tecnológico, o documento do Clube inclui quase 70 diretrizes para serem implantadas pelo novo governo em outras áreas. As propostas foram divididas em cinco grupos: Reconstrução do Desenvolvimento e do Estado Democrático de Direito; Educação e Ciência, Tecnologia & Inovação (CT&I); Desenvolvimento Social (Cidadania) e Meio Ambiente; Desenvolvimento Econômico-Industrial e Soberania e Inserção Internacional. As ideias refletem posições históricas da entidade, adequadas à realidade atual.
A elaboração do documento foi realizada a partir de quatro debates, entre julho e setembro de 2022, com a participação de especialistas, e conta com a contribuição das Divisões Técnicas Especializadas e de conselheiros da entidade. A coordenação é da vice-presidente Maria Alice Ibañez Duarte e dos conselheiros Carlos Ferreira e Sebastião Soares. As diretrizes tratam de desafios internos e externos a serem enfrentados pelo novo governo e buscam curar retrocessos vividos no processo de desenvolvimento do país, ocorridos nos últimos anos. Refletem o objetivo de transformar o Brasil em uma nação mais rica, justa, democrática e soberana.
A íntegra do documento está disponível na revista Projetos Especiais.