TV aberta brasileira entra numa nova era

TV aberta brasileira entra numa nova era

TV 3.0 traz avanços tecnológicos para a TV aberta. Crédito: Pixabay
TV aberta brasileira entra numa nova era
Brasília 65 anos

Mesmo com advento dos serviços de Streaming, emissoras apostam em seu potencial com a introdução do modelo de TV 3.0 ou HTV+ 

Apesar do avanço da internet, a tradicional TV aberta continua viva, inclusive, se reinventando. As transmissões das emissoras nesse formato, que atingem dezenas de milhões de pessoas no país gratuitamente, têm não só grande potencial como se preparam para entrar numa nova era. Para explicar como vai funcionar a chamada TV 3.0 ou HTV+, o Clube de Engenharia do Brasil convidou o engenheiro eletricista Edson Freitas, analista em telecomunicações do Grupo Globo, que foi convidado pela Divisão Técnica de Ciência e Tecnologia (DCTEC) para a palestra. Como ele explicou, será uma transformação que necessitará do empenho de engenheiros e técnicos, mas também de investimentos por parte das empresas e dos telespectadores, o que deve também levar o poder público a criar incentivos e iniciativas de cooperação.

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O engenheiro eletricista Edson Freitas

Desde a primeira transmissão em preto e branco no Brasil, feita pela TV Tupi em 1950, esse meio de comunicação passou por várias transformações. No início dos anos 1970, passou a ser a cores.  Outro marco importante foi o início da era digital, bem como mais recentemente a adoção de interatividade com o espectador.  Esse recurso é um dos que mais tendem a ser potencializados com a TV 3.0, a partir de agora. É como se a televisão ganhasse uma camada nova equivalente a uma tela de computador ou celular em que com um clique os comandos são acionados.

Conforme o palestrante explicou, com a introdução dessa tecnologia, quem assiste à TV poderá até comprar uma peça de roupa igual ou semelhante à que uma pessoa que passa no vídeo está usando, pois um link pode aparecer na tela. Numa era em que as emissoras perdem terreno para a internet e veem seu faturamento cair, a novidade pode viabilizar a estabilidade desses canais. Eles também terão vantagens econômicas com a possibilidade de venda de anúncios nos intervalos com segmentação geográfica. Isso tornará a publicidade mais acessível e direcionada de acordo com o alcance de cada transmissor.

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Maior interatividade com o espectador. Crédito: Pixabay

Diante do monopólio que as big techs americanas estão instituindo no faturamento publicitário, não deixa de ser uma boa notícia esse avanço para que o país continue a ter empresas nacionais produzindo, em vez de ter todos os recursos drenados para o exterior. Mas a viabilidade para pequenas emissoras continua sendo uma questão importante, tendo em vista a necessidade de investimento em equipamentos novos. 

Freitas diz que há alternativas, por meio do compartilhamento de hardwares e, também, da participação das diferentes esferas de governo na criação de incentivos à transformação nessa área, como houve com o advento da TV digital. O mercado também pode apresentar soluções que facilitem a adesão dos telespectadores a essa nova transmissão. Segundo ele, estuda-se a fabricação de boxes que venham acoplados com as antenas, o que resolveria dois problemas juntos. 

“Ela traz maior assertividade para vendas personalizadas ou ativação de marcas e, também, permite colher dados que mostram o perfil de quem está assistindo. A TV 3.0 proporciona mais eficiência, maior taxa de dados, mas o calcanhar de Aquiles é o valor de investimento, que será dobrado. A troca de tecnologia não será simples, mas acordos entre emissoras podem ser feitos”, avaliou Edson Freitas.

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TV aberta não deixou de ser uma paixão nacional. Crédito: Pixabay

A engenheiro apresentou também melhorias que vão beneficiar o público. A nova tecnologia de transmissão em HDR (High Dynamic Range) é baseada numa palheta de cores mais rica, o que resulta em imagens mais vibrantes e nítidas. Ela permitirá transmissões em até 8k, o que gera excelente definição mesmo em telas gigantes. O som imersivo e personalizado também é uma novidade. O padrão de áudio MPEG-H dá uma sensação de 3D, mas o espectador poderá escolher o idioma, sobressaltar os instrumentos de um show, ou até calar a voz do narrador de uma partida de futebol. Afinal, quem nunca sonhou com isso?

O palestrante também ressaltou que a transformação possibilita ganhos sociais, pois a TV ficará mais inclusiva com a possibilidade de um avatar fazer a tradução na linguagem de Libras da programação. A TV poderá exibir alertas da Defesa Civil por exemplo, diante de iminentes catástrofes. Diante do avanço de plataformas de Streaming estrangeiras, as inovações na TV aberta dão alento às empresas e aos profissionais brasileiros, que podem ter maior competividade. 

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TV 3.0 permite melhor definição de imagem. Crédito: Vika Glitter/Pexels

“É uma reinvenção para continuar a sequência de transmissão aberta no país. Ela procura tornar a TV com sinal aberto mais atraente e tende a competir com os streamings”, argumentou o palestrante.

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