Indústrias, shoppings, estacionamentos e outros espaços extensos e com grande circulação de pessoas e máquinas estão sujeitos a grandes problemas em relação à resistência de seus pisos. Para Leandro Lara, tecnólogo em pavimentação e Gerente Comercial da Polipiso Brasil, ainda é um obstáculo para os empresários o acesso a bons projetos para a proteção dos pisos. Este foi o assunto da palestra “Proteção, Melhoria e Recuperação de Pisos Industriais e Comerciais”, realizada no Clube de Engenharia em 22 de agosto. O evento foi promovido pela Diretoria de Atividades Técnicas (DAT) e a Divisão Técnica de Construção (DCO).
Para Leandro Lara deveria ser mais frequente a produção de projetos de engenharia para pisos industriais, mas essa é uma atividade rara. Um piso industrial, para proteção preventiva, necessita de pintura, revestimento e uso de ceras. Com a aplicação correta, demora a precisar de melhoria. O aperfeiçoamento já pede a utilização de cura química ou hidráulica e endurecedor químico, mineral ou metálico. Limpeza e conservação são fundamentais para o prolongamento da vida útil. Em casos mais extremos, inclusive em decorrência de problemas na estrutura, os pisos podem demandar recuperação, com uso de obturações, pinturas e revestimentos. O principal desafio é utilizar técnicas e produtos corretamente, uma vez que faltam orientações na forma de normas e procedimentos. O quadro se agrava muitas vezes com a qualificação dos aplicadores, que nem sempre são engenheiros e só conhecem o assunto superficialmente.
Os profissionais da área dividem as recomendações dirigidas às técnicas adotadas e produtos utilizados em duas categorias: pisos de concreto e resinados. Segundo o tecnólogo, os pisos de concreto industriais precisam ser especialmente resistentes em virtude do fluxo de pessoas e máquinas, tendo a possibilidade de uso de concreto simples, de fibra de aço, fibras de polipropileno, protendido, entre outros, cada um com suas vantagens. Para evitar fissura, a equipe deve ter conhecimento de condições como a temperatura do ar, temperatura de lançamento do concreto, vento e umidade relativa, sob o risco de evaporação muito rápida da água. Cura química ou cura hidráulica auxiliam no sucesso da operação.
Em relação aos pisos resinados, Leandro Lara fez um alerta: muitos empresários contratam o serviço por metro quadrado, sem atentar à espessura do piso. O investimento vira um problema, uma vez que, quanto menos espesso, mais rapidamente se desgasta e mais exposto fica a fissuras por impacto de cargas pesadas. Também é importante definir a textura superficial, de acordo com a finalidade de uso daquele ambiente. A aplicação de piso resinado exige organização do trabalho, seguindo um roteiro específico de uso e manipulação dos produtos e equipamentos. A equipe deve estar munida de dados, como umidade e temperatura do substrato, umidade relativa do ar e temperatura ambiente para evitar patologias.