Abordando temas essenciais também para a capacitação e reciclagem de engenheiros, Clube fala sobre tecnologia BIM
A tecnologia BIM, sigla de Building Information Modeling, foi tema de debate promovido pela Divisão Técnica de Construção (DCO) do Clube de Engenharia na noite da última terça-feira, 28/01. Este, segundo os palestrantes, é um novo conceito de projetos, baseado em objetos parametrizados tridimensionais com características de objetos do mundo real. Trata-se de uma ferramenta importante para projetos de construções atualmente, pois combina uma série de disciplinas e informações necessárias. O BIM é uma ferramenta desenvolvida para se explorar digitalmente, através de um processo integrado, as principais características físicas e funcionais de um projeto antes de sua execução. Para o chefe da DCO, Ricardo Khichfy, esta tecnologia ainda está em início na sua aplicação, principalmente no Rio de Janeiro, mas é muito importante para os profissionais de engenharia.
Ainda segundo Khichfy, a tecnologia BIM, além de integrar todas as fases de um projeto de construção e a construção propriamente dita, praticamente elimina erros. “Ele extingue omissões e refazimento de obras, o que provoca grande economia de custos e de prazos com reuniões constantes entre todos os profissionais envolvidos na fase de construção, como projetistas, orçamentistas, de instalações, fornecedores, proprietários etc., durante as diversas fases construtivas de um empreendimento”, explicou.
“Em 2050 a população do mundo tende a dobrar em relação ao que temos hoje. Portanto, o que construímos em 4 mil anos, teremos de construir em muito menos tempo”, afirmou logo no início de sua palestra o diretor Desk Graphics, Ronaldo Chaves. O objetivo era demonstrar que, através da tecnologia BIM, os projetos poderão ser planejados com muito mais rapidez se comparado a outras ferramentas. “O que fizemos com a tecnologia da década de 1970, não será mais aplicável às necessidades atuais. A tecnologia pode nos ajudar a pensar a sustentabilidade, que também será uma tendência natural, combinando fluxos de processos, gestão e design”, completou.
A rapidez atribuída ao BIM, segundo Ronaldo, relaciona-se ao fato de a concepção e a gestão do projeto serem inteiramente baseadas no mesmo modelo. Dessa forma, o processo é aprimorado também pelas facilidades apresentadas pela ferramenta digital. “Um cenário de oportunidades e riscos se apresentam no segmento: novos negócios, melhor percepção dos clientes na qualidade, entre outras questões. Pode ser um risco optar por investimento em fabricante de tecnologia, mas o BIM amplia consideravelmente a compreensão do empreendimento e torna mais visíveis os resultados.”, reforçou.
Fabrício Ferreira e Sérgio Lizarralde, técnicos especializados na tecnologia BIM, demonstraram as potencialidades das ferramentas e seus usos para a área de projeto de estruturas. Eles exibiram como são realizadas as etapas dos projetos, bem como as facilidades na utilização. No software em 3D, aparecem todos os dados dos projetos, possibilitando a visualização da construção em questão e de uma série de informações multidisciplinares sobre o empreendimento. Essas informações incluem não só o planejamento, mas a construção e a fase de utilização, os materiais utilizados, custos e prazos.