Na manhã de sábado, dia 2 de julho, faleceu, aos 81 anos, o ex-presidente Itamar Franco. Mais que um engenheiro que chegou à Presidência da República ou que um político que construiu sua carreira com firmes bases na retidão ética, Itamar Franco foi um parceiro do Clube de Engenharia na luta contra a privatização de FURNAS. Em 1998, para o ato pela integridade de Furnas e por sua permanência no Rio de Janeiro, Itamar participou ativamente da mobilização. Um ano depois, em setembro de 1999, o então governador de Minas Gerais compareceu pessoalmente a um almoço que reuniu cerca de 500 pessoas e discursou pela defesa das riquezas nacionais, declarando que iria recorrer ao Supremo Tribunal Federal, se necessário, para evitar a privatização ou a cisão de Furnas por considerar as medidas inconstitucionais. Um dos mais destacados políticos mineiros das últimas décadas, Itamar se tornou o 33º presidente do Brasil após o impeachment de Fernando Collor de Mello – com quem tinha desentendimentos desde o início da campanha eleitoral – para lançar o Plano Real durante seu governo e gerir uma transição bem sucedida após o turbulento fechamento do governo Collor. Formado engenheiro civil em 1955, mesmo ano em que se filiou ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), antes de chegar à vice-presidencia e, posteriormente, à presidência da república, Itamar foi prefeito de Juiz de Fora, governador de Minas Gerais e duas vezes senador pelo mesmo estado, tendo participado dos trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte de 1987. |