Coppe/UFRJ e universidade chinesa fazem parceria para transferir conhecimento de produtos inovadores

Coppe/UFRJ e universidade chinesa fazem parceria para transferir conhecimento de produtos inovadores 1483648820
A Coppe/UFRJ, através do Centro Brasil–China de Mudança Climática e Tecnologias Inovadoras para Energia, em parceria com a Tsinghua University, em Pequim, começa a implementar este ano o projeto para identificar semelhanças e diferenças entre os processos de transferência de tecnologia do Brasil e da China, com o objetivo de criar mecanismos para disseminar o conhecimento existente nas duas universidades. Isso se dará através do incentivo ao empreendedorismo de jovens universitários brasileiros, com a criação de empresas de engenharia de produtos inovadores nas áreas de energia e meio ambiente, visando à transferência para o setor industrial.
 
Aquilino Senra, professor titular da Coppe/UFRJ, ex-presidente da empresa Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e um dos idealizadores do Centro Brasil-China, está convicto da necessidade de estimular nos jovens universitários brasileiros a cultura de criação e desenvolvimento de produtos necessários ao mercado. A proposta inclui, ainda, firmar parcerias com empresas que sustentem a produção de ideias inovadoras de alta tecnologia. Exatamente o que vem fazendo a China, que tem como meta duplicar o Produto Interno Bruto (PIB) até 2020.
 
O professor da UFRJ afirma que as empresas de alta tecnologia associadas à Tsinghua University, a principal universidade chinesa de engenharia, faturaram, só em 2014, recursos equivalentes ao faturamento da Embraer: US$ 6 bilhões. Ele acredita que a universidade brasileira também tem papel fundamental para o país deixar de ser um exportador de matéria prima e passar a ser exportador de produtos com valor agregado.

O professor esteve na China em dezembro último exatamente avaliando os mecanismos que fizeram com que o gigante asiático se transformasse nos últimos 20 anos em produtor de alta tecnologia. “A China está trocando o “made in China” por “designed in China”. Aqui, queremos acelerar o processo embrionário de concretizar a transferência de tecnologia e o desenvolvimento de produtos inovadores” da área de energia nuclear, disse o professor, para quem empresas como a Petrobras, a Embrapa e a própria Embraer já mostraram o caminho da criação de alta tecnologia.
 
Segundo Senra, o Brasil é o 13º país em termos de produção de artigos científicos e a nona economia do mundo, porém está em 69º lugar em desempenho e inovação tecnológica, de acordo com ranking da escola de negócios IMD Foundation Board (World Competitiviness Yearbook). Para ele, uma forma de vencer isso é transferir tecnologia de centros de conhecimento, como feito atualmente no Tuspark (Tsinghua University Science Park).
 
O modelo chinês de centros de conhecimento tem quatro pilares: localização, área de atuação, recursos financeiros e equipe de profissionais. Neles, se destaca o papel das universidades, que oferecem serviços que vão desde assessoria técnica especializada, recursos humanos e equipes que estudam a demanda dos empresários para atendê-los.
 
Os recursos do Tuspark vinculado à Tsinghua University, por exemplo, são compartilhados. A divisão é feita da seguinte maneira: 45% deles são provenientes da holding da instituição de ensino superior, 30% do setor privado, 20% da universidade e 5% de outras fontes.
 
“Brasil e China podem se desenvolver juntos, fazendo a integração dos ambientes de inovação, para os engenheiros brasileiros terem condições de viabilizar seus produtos de alto conteúdo tecnológico”, ressaltou Senra.

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