Conselho Diretor/Linha 4 do metrô
Conselho Diretor do Clube de Engenharia recebe Bernardo Figueiredo, diretor geral da ANTT
O eixo Rio – São Paulo é a região mais populosa do Brasil. São 36 milhões de habitantes que representam 40% do PIB nacional. Comum a demanda crescente de deslocamento no eixo, estimada em cerca de 33.6 milhões de passageiros por ano em
2008, o governo trabalha para que ela seja atendida. Construir uma segunda Via Dutra e novos aeroportos seriam obras complexas, dada a falta de espaço disponível e os transtornos causados. Diante desse dilema e da possibilidade de criar uma nova opção que desafogue todas as demais, nasceu a opção pelo trem de alta velocidade.
Com novo leilão à vista, o Trem de Alta Velocidade (TAV) entre Rio de Janeiro e São Paulo, volta a ser discutido no conselho diretor do Clube de Engenharia coma presença de Bernardo Figueiredo, diretor geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres
(ANTT). Bernardo explicou o método da nova licitação, que será feita em duas fases, apresentou a demanda e ressaltou a importância de trazer o debate para o Clube de Engenharia. “O Clube é uma caixa de ressonância importante, principalmente quando a
Discussão precisa de qualificação e domínio do assunto, como é o caso do TAV. Há grupos que se opõem ao projeto porque não gostam ou não conhecem. O Clube de Engenharia é um fórum qualificado para debater a questão de forma técnica”, declarou.
“As licitações anteriores não deram certo porque a nossa proposta passava muito risco e incerteza e isso não foi absorvido pela iniciativa privada. Então, considerando a hipótese de nada ser feito, modificamos a licitação para continuar como projeto do TAV”, explicou Bernardo, justificando a modificação no processo licitatório. Segundo ele, havia cinco grupos que detinham tecnologia para a construção e operação do TAV, mas apenas um grupo de construção civil interessado no projeto. “As empresas de engenharia achavam que não tinham condição de absorver o risco naquelas condições. Após muitas discussões, ficou claro que o projeto não seria concluído daquela forma se não houvesse uma remodelagem da gestão de risco”, explicou.
O projeto de R$33 bilhões – sem contar as reservas de contingência, que serão assumidas pelo mercado – será licitado em duas fases distintas. Na primeira fase será licitada a concessão da exploração dos serviços de transporte de passageiros. Nessa fase serão definidos a tecnologia que será aplicada e o operador responsável. A segunda fase será dedicada à infraestrutura, já com as condições necessárias para a existência de um projeto executivo, dando mais segurança no que diz respeito ao orçamento da obra.
O investidor da segunda fase ganhará, ainda, o direito de exploração comercial das estações e seu entorno, um ganho que o governo havia reservado para si nas licitações anteriores.
Outro ponto destacado por Bernardo foi a proposta agressiva de absorção de tecnologia presente no projeto. De acordo com o novo modelo de licitação, como condição para participar da licitação, as empresasse comprometem a, uma vez contratada, ceder toda a tecnologia do trem – equipamento, sistemas e operação – a uma empresa pública (ETAV), que absorveria e faria a disseminação dessa tecnologia no mercado. “Nós mapeamos as empresas que têm instalações e capacidade no mercado para receber essa tecnologia. Também mapeamos os centros de pesquisa e tecnologia ligados às universidades, bem como as competências de cada uma para participarem desse processo. Juntos, esses centros de pesquisa e empresas serão capazes, ao final do processo, de dominarem os conhecimentos que serão a tecnologia nacional para o trem de alta velocidade”, destacou.
IBASE e Clube de Engenharia se preparam para a Rio+20
Para debater questões fundamentais da Conferência Rio+20, o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE), no ano em que completa 30 anos, com o apoio do Clube de Engenharia, promoveu, de 10 a 12 de agosto, o Ateliê Internacional Biocivilização para a Sustentabilidade da Vida e do Planeta.Em cada dia do evento, cidadãos de todo o mundo, em quatro línguas – português, inglês, espanhol e chinês – buscaram refletir e produzir propostas para fundamentos éticos, filosóficos e econômicos, além de políticas e uma arquitetura de poder necessárias para um futuro sustentável, contribuindo para o enriquecimento de uma agenda cidadã com uma visão global.
Na abertura do evento, o primeiro vice-presidente do Clube de Engenharia, Manoel Lapa, destacou a relevância dos debates e do empoderamento da sociedade civil para a Rio+20, bem como o papel do Clube nesse contexto. “Nosso papel vai além de apenas congregar engenheiros, como os sistemas, mas de reunir geólogos, geógrafos, arquitetos e especialistas de diversas áreas, mediando as forças sociais em busca de um desenvolvimento nacional e mundial consciente”.
”É um objetivo ousado, mas tentaremos. Imaginar o impossível e tornar possível é o que caracteriza entidades como o IBASE. Nesse processo, o apoio do Clube de Engenharia, entidade precursora da atuação civil organizada no país com papel de destaque em grandes momentos da nação, é fundamental”, destacou Cândido Grybowski, diretor geral do IBASE, que lembrou a necessidade da definição de uma agenda própria nos debates preparatórios para a conferência.
Matéria publicada no jornal número 511 do Clube de Engenharia – setembro de 2011, página 9