O Brasil sediou, neste mês de novembro, três importantes reuniões internacionais de enorme relevância para engenharia: o G20 Social de temática humanística, o Urban20 voltado para o equacionamento dos problemas das cidades, como ocupação, mobilidade e preservação, e o já histórico G20, na cidade do Rio de Janeiro, que se transformou na capital do mundo. O G20 reúne as 20 maiores economias do planeta, a União Europeia e a União Africana. No ano passado, foi presidido pela Índia e, no próximo, será pela África do Sul.
O documento final da reunião de cúpula de chefes de Estado e governo do Brasil incluiu pedidos para um cessar-fogo em Gaza, para a paz na Ucrânia, reforçando, também, o compromisso com as metas ambientais do Acordo de Paris e contém 22 páginas e 85 parágrafos, abordando os principais desafios e crises globais para promover um crescimento forte, sustentável, equilibrado e inclusivo.
Os debates sobre o clima foram longos e um dos mais complexos, na busca de consenso. Mas a declaração presidencial afirmou que todos estão determinados a liderar ações ambiciosas, oportunas e estruturais em suas economias nacionais e no sistema financeiro internacional, com o objetivo de acelerar e ampliar a ação climática, em sinergia com as prioridades de desenvolvimento sustentável e os esforços para erradicar a pobreza e a fome. Este último tema foi lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o apoio de mais de 80 países e denominado Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, principal bandeira brasileira, em sua presidência do G20. São questões também presentes na declaração final do G20 Social, que contou com a colaboração de grupo de engajamento como o C20, que teve a participação do Clube de Engenharia.
A visibilidade que o G20 trouxe ao Brasil e, em particular à cidade do Rio de Janeiro, com certeza trará novas oportunidades de negócios e parcerias, como alguns já selados com diversas empresas nacionais, destacando-se um acordo entre Brasil e Argentina para a importação de gás deste país, quebrando tensões políticas e permitindo abrir rotas alternativas para trazer o combustível de Vaca Muerta, mega campo subaproveitado no país vizinho, permitindo a importação de dois milhões de metros cúbicos por dia, já no próximo ano e chegando a 30 milhões em 2030, a um preço de quase a metade das outras importações brasileiras. Além disso, 37 acordos foram assinados, em Brasília, durante a visita do Presidente chinês Xi Jinping, entre este e o presidente Lula, que destacaram a sinergia entre os dois países, cujas relações se encontram no melhor momento da história, de acordo com o presidente chinês. Os acordos, serão detalhados nos próximos dois meses e incluem a cooperação em projetos; mercados para o agro; ciência e tecnologia, incluindo indústria fotovoltaica, tecnologia nuclear, radiação, inteligência artificial, inclusive para a agricultura familiar e normas técnicas; áudiovisual; e indústria e pequenas empresas; assinatura de memorando com a SpaceSail, concorrente da Starlink de Elon Musk.
O Clube de Engenharia, entidade centenária que desde sua criação em 1880, vem atuando na defesa dos interesses nacionais, não só na engenharia, mas em diversas atividades, vem manifestar seu engajamento nas conquistas obtidas pelo Governo Brasileiro, que sediou, pela primeira vez, como um País representante do Hemisfério Sul, uma Reunião do G20 e sua posição em defesa de nossa democracia, sempre que ameaçada.