Editorial: Violência sem fim

Violência sem fim

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Nos últimos anos, a insegurança tem se espalhado pela sociedade brasileira, afetando, especialmente, comunidades dominadas por facções criminosas. As políticas de segurança pública ainda refletem traços do período colonial, marcado pela repressão violenta quando os interesses da elite eram contrariados, Mesmo após a evolução histórica, persistem resquícios da escravidão e das ditaduras, em especial da militar, que perpetuaram conceitos como o “bandido bom e bandido morto”.

O episódio de violência policial ocorrido em 28 de outubro, que resultou em 121 mortes, provocou uma reação coordenada pelo Comando Vermelho, paralisando o transporte em diversas regiões  do Rio de Janeiro por meio de barricadas, incêndios e retirada de ônibus, afetando toda a população local e dos municípios vizinhos.

Pesquisa Quest de opinião mostra que o massacre foi aprovado por 72% dos cariocas, com índices ainda maiores entre moradores de áreas sob domínio de facções. No caso desses moradores o apoio é compreensível, diante do abandono dessas comunidades, onde o Estado é ausente e os moradores vivem sob cobrança de “tributos” e violência constante.

Apesar de não concordarmos com a lógica que justifica a matança, e mesmo diante das imagens chocantes divulgadas, não se pode negar que a insegurança permanece. O cidadão comum, seja das comunidades ou dos bairros, continua sendo o maior prejudicado.

Para romper esse ciclo vicioso é necessário ir além de ações policiais bem planejadas e menos letais. Precisamos de políticas públicas eficazes, duradouras e livres de interesses eleitoreiros, nas esferas federal, estaduais e municipais.

No âmbito municipal, políticas como os CIEPs, que ofereciam alimentação e jornada integral aos alunos, poderiam ter mantido jovens em ambientes saudáveis, longe do crime, mas foram descontinuadas. Outro exemplo foi o projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), também abandonado.

É fundamental investir em ocupação social contínua e eficiente, com escolas, creches, centros de formação profissional e espaços de lazer. A engenharia pode contribuir com projetos urbanos e tecnológicos, como câmeras, satélites e drones, além do uso de inteligência artificial para controlar fronteiras e rastrear o fluxo financeiro do crime organizado.

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Bio: Diretoria do Clube de Engenharia do Brasil.

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