Em mais um capítulo do impasse entre empresas de telecom norte-americanas e a indústria de aviação do País, as operadoras AT&T e Verizon concordaram com a criação de zonas de restrição do 5G nas proximidades de 50 aeroportos do país.
A medida negociada com o governo dos Estados Unidos deve vigorar por seis meses e busca dar mais tempo para análise de possíveis interferências do 5G na banda C sobre sistemas embarcados em aeronaves, como altímetros por rádio.
Uma lista com os 50 aeroportos onde o serviço será limitado já foi divulgada pela Federal Aviation Administration (FAA) dos EUA. As restrições começam a valer em 19 de janeiro, quando se encerram as duas semanas de adiamento do 5G na banda C acordadas com as operadoras móveis.
O novo prazo foi solicitado pela FAA e pelo Departamento de Transportes dos Estados Unidos nos primeiros dias de 2022. Inicialmente, o pleito foi rechaçado pelas operadoras locais, que citaram um modelo de "zonas de exclusão" 5G utilizado na França como forma de conciliar a operação da nova geração com as preocupações com interferências.
O receio da indústria de aviação é que a proximidade dos novos serviços 5G com o espectro utilizado pela cadeia afete instrumentos de aeronaves, como os utilizados em pousos de baixa visibilidade.
Como apontado por TELETIME ainda no ano passado, o risco também será avaliado por aqui, em testes envolvendo Anatel e Embraer. O cenário, contudo, é mais sensível nos Estados Unidos, onde a banda C utilizada pelo 5G se estenderá até o 3,98 GHz. No Brasil, há banda de guarda para a proteção dos serviços na banda C, e as operadoras estão licenciadas a operar apenas até a faixa de 3,7 GHz.