Presidente do Clube, Francis Bogossian, participa de debate que antecede cúpula do BRICS
O presidente do Clube de Engenharia do Brasil, Francis Bogossian, participou nesta quarta-feira (25) do evento “Diálogo Sul Global – Fórum de Mesa-Redonda China-CELAC”, que discutiu a integração entre o país asiático com o Brasil e demais países da América Latina. Ele defendeu a participação dos asiáticos no desenvolvimento da nação sem que com isso a soberania e os interesses nacionais sejam prejudicados. O encontro realizado no Rio de Janeiro, organizado pelo portal Brasil247, o jornal chinês Global Times e a UFRJ, contou com a participação de diversas personalidades do meio acadêmico, empresarial e de mídia.
“É com entusiasmo que nós recebemos especialistas estrangeiros, assim como enviamos nossos profissionais ao exterior, em uma troca enriquecedora de saberes. Contudo, o povo brasileiro rejeita a simples alienação de ativos nacionais e a substituição de empresas genuinamente brasileiras por conglomerados estrangeiros, sem compromisso com o país e com o nosso povo”, ressaltou Francis Bogossian em sua palestra.
A participação do presidente do Clube deu-se no terceiro painel do evento, intitulado “Interesses Comuns e Oportunidades do Sul Global”. Também contribuíram com esse tema, o diretor do Observatório Latinoamérica-China (OLAC), Patricio Ortiz; a professora da UFRJ Monica Buckmann; e o secretário-geral adjunto do Centro de Pesquisa do Cinturão e Rota da Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS), Xu Wenhong.
Foi praticamente unânime entre os participantes a condenação dos conflitos ocorridos nos últimos tempos no Oriente Médio e iniciativas que visam no mundo contemporâneo impedir o exercício da soberania por parte dos povos, sobretudo daqueles que fazem parte do Sul Global. Durante o encontro foi divulgada pesquisa de opinião que mostrou a visão positiva das populações tanto da China quanto de países sul-americanos com relação a esses parceiros, apesar da baixa integração cultural verificada. A atriz Lucélia Santos, que ficou famosa na China depois a exibição da telenovela “Escrava Isaura”, participou do fórum e reforçou a necessidade de maior integração cultural entre os povos.
“Agora é a hora de dar um passo adiante. É hora de transformar esta parceria estratégica em um alicerce real, da paz mundial. Um pilar firme e baseado na confiança mútua, na solidariedade entre os povos do Sul Global e na convicção de que outro mundo multipolar, justo e sustentável é não apenas possível, mas também necessário”, afirmou o jornalista Leonardo Attuch, editor do Brasil 247.

O fórum, com isso, enriquece o debate que antecede a 17ª Cúpula do BRICS, que será realizada no Rio, em julho. “Em um cenário de instabilidade que paira no ar, ameaça de guerra em escala mundial, o BRICS é uma importante plataforma para a defesa de uma ordem internacional mais justa e de uma governança global mais representativa e inclusiva”, afirmou o embaixador Celso Amorim, em mensagem gravada dirigida ao encontro.
O fórum contou também com a participação do editor-chefe do Global Times, Fan Zhengwei, e do reitor da UFRJ, Roberto Medronho, que falou sobre a integração da universidade com a China e da criação do curso de Mandarim na grade de Letras.