Leonel Brizola recebe homenagem no dia em que completaria 102 anos

Crédito: Agência Brasil

Engenheiro e ex-governador e dois estados, político morto há quase dez anos foi lembrado por suas lutas pela educação, igualdade e soberania nacional

Se estivesse vivo, Leonel de Moura Brizola (1922-2004), teria completado na última segunda-feira (22/01) 102 anos. Foi motivo para uma celebração de seu legado para o Brasil, em evento realizado em auditório do Clube de Engenharia. O ex-governador era formado em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e seu orgulho da profissão foi devidamente lembrado durante a homenagem. No entanto, a sua contribuição para a educação pública de qualidade e integral foi o principal motivo ressaltado pelos palestrantes, que justificativa a permanência de seu nome no debate político nacional.

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A homenagem a Brizola foi coordenada pelo ex-deputado Vivaldo Barbosa, que conviveu com o ex-governador. O gaúcho foi o único brasileiro a comandar o governo de dois estados. Além da unidade da federação onde nasceu, ele foi por duas vezes chefe do Executivo do Rio de Janeiro. Ele lembrou o fato de que o político morto há quase dez anos tinha o hábito de incluir a profissão na própria assinatura, mesmo que abreviada.

“É fundamental compreendermos cada vez mais o papel de Brizola e sua contribuição para a história política brasileira”, destacou o ex-deputado.

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A vice-presidente do Clube Maria Alice Ibañez Duarte afirmou que foi mais do que justa a inclusão de Brizola no Livro dos Heróis da Pátria, homenagem realizada em 2015. Além de ter lutado para estudar e ter sido um incansável defensor das causas sociais, ter sido o principal responsável pelo projeto dos CIEPS o tornou um exemplo para toda a classe política.

“Brizola foi um incansável defensor da educação, como o único caminho para a emancipação do homem. Foi um ideal que se materializou no programa dos CIEPS”, afirmou Maria Alice.

O evento, que recebeu a presença do neto do ex-governador Leonel Brizola Neto, contou com a participação de antigos colaboradores de Brizola, como o subsecretário de Educação na primeira gestão brizolista no governo fluminense, o historiador Francisco Carlos Teixeira. Ele abordou a biografia do líder trabalhista, que enfrentou grandes dificuldades para se formar. Por conta disso, teria adotado a bandeira da educação pública como sua principal plataforma política.

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O fato de ter encampado a subsidiária local da empresa americana ITT teria sido motivo para ele passar a ser combatido de forma inclemente por forças conservadoras externas e internas. A liderança exercida em 1961, articulando um movimento anti-golpe para garantir a posse de João Goulart foi outro episódio de rebeldia não perdoado. A ousadia do programa dos CIEPS selou a oposição de uma elite retrógrada à atuação política do ex-governador.

“O programa dos CIEPS não era apenas a arquitetura, ao contrário do que se dizia. Era também um projeto social e também incluía um projeto pedagógico”, ressaltou Teixeira.

O ex-secretário de Obras e Meio Ambiente e de Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia Luiz Alfredo Salomão, que é Conselheiro Vitalício do Clube, apontou diversos programas que foram executados pelo governo brizolista, que não se limitaram à educação, mas incluíram o saneamento e transportes. Ele lembrou que o grupo político enfrentou muitas agruras pelo posicionamento progressista de Brizola e citou outro enfrentamento com as forças conservadoras pelo apoio que deu como deputado às Reformas de Base do governo João Goulart na década de 1960.

“A grande contribuição que ele deu ao país foi quando era deputado, por ter apoiado as Reformas de Base. Sua principal lição é a de que não podemos abrir mão dos nossos sonhos”, contou Salomão.

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