Morre Saturnino Braga, ex-prefeito do Rio de Janeiro

Roberto Saturnino Braga, ex-prefeito do Rio de Janeiro, morreu, aos 93 anos, nesta quinta-feira (3/10). Ele foi o primeiro prefeito eleito de forma direta no município do Rio de Janeiro, em 1985, pelo PDT, com quase 40% dos votos. Ficou à frente da prefeitura de 1986 a 1989. Durante a ditadura militar, que criou o bipartidarismo, ingressou no MDB e se tornou senador pelo Rio de Janeiro de 1975 a 1985. Ex-conselheiro do Clube de Engenharia (mandatos de 1991 a 1994; 1995 a 1998; 2010 a 2013) e ex-chefe da divisão técnica de Ciência e Tecnologia (DCTEC) entre 2009 e 2011, Saturnino estava internado devido a uma pneumonia no CTI Hospital Pró-Cardíaco, na Zona Sul do Rio, recebendo cuidados paliativos.

Formado em engenharia pela Universidade do Brasil (atual UFRJ) em 1954, passou a trabalhar dois anos depois no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE). A carreira política começou em 1963, quando foi eleito deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro. Em 1968 sua recandidatura a deputado federal foi impugnada por pressão do governo Castello Branco, o que o obrigou a retornar ao BNDE, onde se especializou em engenharia econômica.

Em 1974 foi eleito senador pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB; do qual fora fundador em 1966). Em 1979, com o fim do bipartidarismo (Arena x MDB), Saturnino tornou-se a principal liderança do PMDB no estado. No ano de 1982, já pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), de Leonel Brizola, reelegeu-se senador.

Três anos depois foi eleito prefeito do município. Em setembro de 1988, após acusar o governo federal de recusar ajuda financeira à cidade, que havia sido devastada por temporais no início do ano, anunciou sua falência.

Sobre o período, Saturnino afirmou:
“De toda a minha vida política, a minha passagem pela Prefeitura do Rio foi sem dúvida o que mais me marcou. Enfrentamos problemas sérios quando o governo federal cortou nossas verbas, principalmente devido ao tamanho da rede escolar e hospitalar da cidade que havia sido a capital. Em dado momento, ficou inviável governar. Apesar disso, lembro com carinho da experiência pioneira por nós implantada de gestão participativa da cidade, da construção dos 12 pólos de ciência e tecnologia, da criação das secretarias de cultura e transportes. Fiquei com fama de ‘o homem que faliu o Rio’. Paciência. A política é assim mesmo. Na época, deixei a prefeitura em depressão e foi aí que descobri meu amor pela literatura. Valeu a pena”, explicou.

Após o mandato, foi eleito vereador em 1996. Dois anos depois, em 1998, concorreu ao Senado mais uma vez e foi eleito, com 38,10% dos votos válidos em uma aliança de esquerda (PDT, PT, PSB, PCdoB e PCB). Depois de divergências internas no PSB, em 2002, Saturnino foi para o PT, onde encerrou o mandato.

O ex-prefeito herdou a tradição política no Rio de seu pai, Francisco Saturnino Braga, que foi deputado federal por três mandatos.

Saturnino Braga nasceu no dia 13 de setembro de 1931, na cidade do Rio de Janeiro. Era viúvo de D.Eliane e deixou três filhos, Adélia, Bruno e Antônio Frederico.

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