No Dia André Rebouças, Clube de Engenharia do Brasil propõe grupo de trabalho para ações antirracistas e defesa da engenharia

Francis Bogossian, presidente do Clube de Engenharia do Brasil

No sábado passado, dia 1/11, foi comemorado pela primeira vez o Dia André Rebouças, que a partir deste ano está incluído no calendário oficial da cidade do Rio de Janeiro. Um encontro realizado no Armazém Docas André Rebouças, prédio construído pelo homenageado e situado no Cais do Valongo, reuniu representantes de diferentes entidades, entre elas o Clube de Engenharia do Brasil e a Força Motriz; a Fundação Cultural Palmares e o mandato da vereadora Thais Ferreira, autora do projeto de criação do dia.

O presidente do Clube de Engenharia do Brasil, Francis Bogossian, propôs a criação de um Programa André Rebouças de combate ao racismo, com grupo de trabalho interinstitucional e agenda mensal de atividades. De acordo com a proposta poderão ser realizadas ações integradas com parceiros públicos e da sociedade civil. A pauta inclui atividades educativas, debates e iniciativas de memória vinculadas ao legado de Rebouças e sua presença tanto na luta antirracista e como marco da engenharia brasileira.

Eliel Moura, da Fundação Palmares defendeu políticas de reparação e cooperação institucional para enfrentar desigualdades raciais e a vereadora Thais Ferreira (Psol) ofereceu articulação política para sustentar uma agenda no Legislativo e ampliar o diálogo com órgãos de cultura e educação.

Propostas e encaminhamentos

Entre os destaques do evento esteve apresentação dos resultados positivos do Coletivo Força Motriz e as medidas criadas para reduzir a reprovação em disciplinas iniciais de engenharia, com ajustes de apoio pedagógico e acolhimento social.

Na frente de memória, o Clube de Engenharia do Brasil ressaltou que sua biblioteca, da qual André Rebouças foi pioneiro, está à disposição para estudos.

Rebouças em perspectiva

O evento retomou a trajetória de André Pinto Rebouças como engenheiro e abolicionista. Reconhecido como o primeiro engenheiro negro do Brasil, introduziu o concreto armado no país após estudos na Europa, foi professor da Escola Politécnica na cátedra de Resistência dos Materiais, recusou mão de obra escravizada em suas obras. Fundou a biblioteca do Clube de Engenharia como Diretor Cultural. No campo político, atuou no movimento abolicionista, participou da redação da minuta da Lei Áurea e enfrentou a reação da elite escravocrata. Exilado após 1889, morreu em 1898, após passagem por projetos na África.

A escolha do Cais do Valongo conectou a celebração à história do tráfico transatlântico e à Pequena África, reforçando a dimensão de reparação histórica necessária.

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