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O mais elementar conhecimento das sólidas bases das maravilhas da engenharia

Na medicina, o bom médico busca explicar aos pacientes o que exatamente se passa com sua saúde. Para isso, esse médico tem de dominar o conhecimento do órgão e porque faz parte do organismo, além de identificar a dependência do mesmo para que funcione corretamente ou o uso de recursos para que isso ocorra corretamente. É assim também na Engenharia. A analogia foi usada pelo professor Edson Monteiro para ilustrar o tema de sua palestra “O mais elementar mecanismo de resistência dos aços-Carbono-estruturais”, a segunda do Ciclo de Conferências de Inverno do Clube de Engenharia, que aconteceu na tarde do dia 16 de julho.

Tirando o foco dos grandes projetos e das tecnologias consagradas, Edson, que também é chefe de gabinete da Presidência do Clube de Engenharia, convidou uma plateia formada majoritariamente por estudantes de engenharia a olharem para o que há de simples, embora fundamental, na engenharia: as ligações no universo microatômico, a alma dos materiais metálicos, conhecimento base necessário para que se domine a aplicação dos mesmos. “É bastante comum, em uma situação do cotidiano, que um colega calculista diga algo como ‘o que acha de usarmos nessa estrutura uma armadura de aço ASTM-A36’? Esse A36 é uma máscara que envolve uma série de conhecimentos que, para o colega calculista, são limitados a uma característica ou propriedade numericamente identificada, porque é isso que ele vai precisar em cima do cálculo. Mas se for necessário escolher entre o 235 no lugar do 36, por exemplo, é aí que entra a fisiologia, aquilo que considero o mais elementar mecanismo de resistência de um aço carbono chamado estrutural”, explicou.

Embora o conhecimento das ligas, suas resistências e transformações em nível microatômico seja o que há de mais elementar e necessário, o ensino da engenharia nem sempre evidencia isso. Segundo Edson, é natural que o estudante de engenharia se concentre nos grandes projetos e no domínio das tecnologias, acabando por deixar de lado a parte científica. “Essas informações fundamentais são passadas no ciclo básico, no início do curso, quando o conhecimento do aluno ainda é pequeno. Como resultado, aquilo que dá fundamento ao raciocínio e à tomada de decisões acaba relegado a segundo plano”, destacou o professor.

Após uma completa e detalhada aula que abrangeu redes cristalinas, anomalias, deformação de materiais, mecanismos de resistência, o professor chamou atenção para a massiva presença de alunos de engenharia e para a importância de outros assuntos chegarem aos mais jovens através de um encadeamento de ideias e conhecimentos. “Estou muito satisfeito com a presença de vocês aqui no Clube de Engenharia. Há pouco tempo, falei ao pessoal da CPRM sobre o Nióbio – o nosso Nióbio, uma vez que somente nós o temos – e de como ele interfere na precipitação de uma fase austenística sob controle na usina metalúrgica para produzir um aço de baixíssima liga, mas altamente resistente. Isso significa que se esquecêssemos de todas as aplicações de aço e só trabalhássemos com Nióbio, ele atenderia todas as nossas aplicações sem que isso representasse nenhum problema de natureza econômica. Mas não é possível falar na maneira de atuação dos carbetos e carbonitretos de Nióbio em uma laminação controlada sem conhecer antes esta etapa fundamental, sob pena de ficarem grandes vácuos de informação”, explicou Edson, destacando o valor estratégico do metal para o Brasil.

Nas próximas semanas o Ciclo de Conferências de Inverno continua com a apresentação no dia 30 de julho da palestra do Diretor Técnico do Clube de Engenharia, Marcio Patusco, sobre “Telecomunicações e desenvolvimento”. No dia 6 de agosto, Humberto de Mello Filho falará sobre o “Projeto de desvio de poluição da captação de águas da ETA Guandu”. Na terça-feira, dia 13 de agosto, “Planejamento no saneamento” é o tema do Diretor Stelberto Porto Soares. Em 19 de agosto, o presidente Francis Bogossian apresenta “O Estado da Arte da Geotecnia Offshore no Brasil”. No dia 20 de agosto, o diretor Luiz Carneiro fecha a série de encontros com a palestra “Razões políticas x estagnação consequente x engenharia ambiental”. Todas as palestras serão transmitidas ao vivo pela WebTV do Clube de Engenharia a partir das 18 horas. 

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