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O papel estratégico da ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento

O papel estratégico da ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento 1457543377

“Na era do conhecimento perder dinheiro é ruim, mas perder saber é ainda pior”. 

Professor de Políticas Estratégicas da Escola Superior de Guerra, o engenheiro químico Simon Rosental apresentou, dia 3 de março, a primeira palestra de 2016 da Divisão Técnica de Engenharia Química – DTEQ. Em pauta, o relevante tema Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento.  

Como questão central de sua apresentação, ressaltou que o investimento em ciência, tecnologia e inovação é um dos fatores determinantes para um país alcançar o estágio de desenvolvimento pleno, já que pode passar a produzir seus próprios componentes, peças e equipamentos. Além disso, desenvolve novas tecnologias e outras inovações de grande valor agregado, diferentemente dos países em desenvolvimento, ”como o Brasil, totalmente dependentes das importações desses materiais e tecnologias”. 

Para atingir, de fato, o estágio de desenvolvimento, Rosental defende que um país deve priorizar  o que chamou de “elos da corrente”, ou seja, os pilares necessários para nação alcançar o que entende como o melhor. Um desses pilares é o investimento em tecnologia e inovação, entre outros, como Educação, Saúde e Defesa Nacional. O palestrante criticou o senso comum entre os brasileiros, de que o Brasil não deve investir nas forças armadas. “Em um país com poder de dissuasão, a diplomacia trabalha bem mais tranquila. Entre nações existem apenas interesses. Precisamos aprender a defender os nossos”, afirmou. 

Na diferenciação entre programa de Estado e programa de governo destacou o programa nuclear francês, desenvolvido de forma padronizada e ininterrupta desde os anos 70 naquele país.   

Ao citar a Guerra das Malvinas, entre Argentina e Inglaterra, que reivindicou, à força “suas” Falklands, o engenheiro afirmou que o bloqueio da entrada de medicamentos na Argentina durante o conflito, promovido pela Inglaterra e seus aliados, foi fator determinante, entre outros, como a força da Marinha Britânica, para a derrota do país sul americano. Segundo Rosental, hoje, o Brasil depende em mais de 90% dos medicamentos que usa da importação. “somos vulneráveis nesse ponto. A Argentina não é muito diferente do Brasil. Claro que temos o Instituto Butantan, a  Fiocruz, que são excelentes. Ainda assim dependemos mais de 90% de importações neste setor”, esclareceu. 

Pré-Sal e Defesa Nacional 

De acordo com o professor, “a ONU já outorgou ao Brasil o uso e exploração do que  tem sido chamado de Amazonia Azul, área enorme de mais de quatro milhões de quilômetros quadrados no mar, rico em biodiversidade. Por ali passa grande parte da importação e exportação do país. Então, não é apenas a defesa do Pré-Sal, vejo que fortalecer nosso poder de dissuasão é para defender o Brasil e sua costa, e o Pré-Sal está incluído. Trata-se da defesa da soberania nacional e da integridade do patrimônio nacional o estabelecimento da  Amazonia Azul. Todos os países assinaram um protocolo menos os Estados Unidos, que reativou a Quarta Frota do Atlântico Sul após a descoberta do Pré-Sal”. O engenheiro afirmou ainda:: “não estou demonizando o hemisfério norte. Eles estão zelando pelos interesses deles. Nós devemos fazer o nosso dever de casa. Cada um que zele pela sua casa”.  

Em toda a sua apresentação Simon Rosental deu ênfase à necessidade de o Brasil priorizar como estratégico para o desenvolvimento do país o investimento em ciência, tecnologia e inovação para ter maior competitividade nos mercados e reduzir nossa dependência de componentes, peças, insumos e tecnologias importadas de outros países desenvolvidos.  

“Temos e tivemos nomes importantes na área de ciência, tecnologia e inovação. É da maior importância que os sábios se unam, somando esforços, passando esse conhecimento adiante para novos pesquisadores. Se isto acontecer, será muito bom para o país. Temos gente brilhante, alguns gênios, e o que acontece com eles? Morrem e não os conhecemos e não podem finalizar seus trabalhos, muitas vezes por falta de recursos. Na era do conhecimento perder dinheiro é ruim, mas perder saber é ainda pior”, concluiu..

 

 

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