Evento no Clube de Engenharia foi realizado pela Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara do Deputados e reuniu representantes do setor
A energia nuclear vem sendo apontada como uma das soluções para o enfrentamento do aquecimento global, por não emitir CO2 na sua geração, e seu potencial no país e no Estado do Rio foi ressaltado em seminário realizado no Clube de Engenharia. A Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara do Deputados reuniu na sede da entidade representantes do setor no último dia 15/08 para debater os rumos dessa fonte energética. Foi uma oportunidade de se reforçar a necessidade de estímulo ao desenvolvimento tecnológico nacional, através de projetos voltados para a área.
O presidente do Clube, Márcio Girão, saudou os presentes no seminário, exortando o fortalecimento da soberania nacional, o papel da engenharia na solução de problemas brasileiros e a importância da energia nuclear para o crescimento econômico do país. Ele fez uma homenagem ao Almirante Othon Pinheiro, conselheiro da entidade e considerado pai do programa nuclear brasileiro, classificando-o como um “herói”.
O seminário foi convocado pelo deputado federal Reimont (PT-RJ), que destacou a importância da energia nuclear para a economia fluminense. Participando virtualmente, a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, falou da importância estratégica do setor e da integração de diversas instituições públicas voltadas para a área nuclear. Ela foi presencialmente representada pelo presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Franciso Rondinelli.
A mesa também foi formada pelo deputado federal Júlio Lopes (PP-RJ), que cobrou mais investimentos por parte do governo federal no setor. Outro debatedor da abertura do seminário foi o presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo. Ele destacou a competitividade da energia nuclear e garantiu que a empresa vai concluir a construção de Angra 3.
“Desistir de Angra 3 não é (custo) zero, é perder 14 bilhões de reais”, disse ele, referindo-se aos investimentos já feitos na usina, com parte das obras já realizadas. “E para concluir (Angra 3) vai precisar de um pouco mais de 20 bilhões”, concluiu Lycurgo.
Outro importante representante do setor presente ao seminário foi o presidente da INB (Indústrias Nucleares do Brasil), Adauto Seixas. Ele falou de como a empresa vem avançando na capacidade de enriquecimento do urânio para fins energéticos. O evento contou também com a participação do Contra-Almirante Otávio Henrique Paiva Martins Fontes, Engenheiro Naval, Gerente do Empreendimento Modular de Obtenção de Submarinos da Marinha do Brasil. Ele falou sobre o projeto do submarino com propulsão nuclear brasileiro, projeto estratégico que está sendo implementado pelo Brasil.
O seminário contou com uma segunda mesa, com o tema “Energia Nuclear e a Ciência e Tecnologia”. Participou desse debate o Diretor Administrativo da Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep), Marcelo Perillo, novamente o presidente da CNEN, Francisco Rondinelli, e o Presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), Celso Cunha.
A terceira mesa abordou o tema “Formação, Pesquisa e Relações de Trabalho”. Participou desse debate Aquilino Senra Martinez, Diretor de Tecnologia da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e professor da Coppe/UFRJ, que falou sobre a estrutura do programa nuclear brasileiro. O debate contou também com a participação do Presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro e Região (Sintergia-RJ), Magno dos Santos Filho, do representante das Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e Diretor do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ), Giovani Moreira, e do representante da Eletronuclear (ETN) e Diretor do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ), Gunter de Moura Angelkorte.
Assista aqui ao seminário:
