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Telefonia móvel é principal forma de acesso à Internet em países de baixa e média renda

Fonte: Teletime

 

Relatório anual da GSMA sobre o estado da conectividade da Internet móvel no mundo mostra que a mobilidade é a principal forma de acesso das pessoas à Internet nos países de baixa e média renda, representando 85% das conexões de banda larga em 2022. A GSMA publicará o relatório antes do MWC Kigali, no dia 11 de outubro. No Brasil, dados mostram que 77% dos usuários da Internet situados nas classes D e E utilizaram apenas o celular para acessar a Internet durante a pandemia.

Embora mais pessoas utilizem a Internet móvel, o ritmo de crescimento da conectividade está caindo e o acesso é desigual. “É mais provável que aqueles que não estão online sejam mulheres, mais pobres, menos instruídos, habitantes de áreas rurais e pessoas com deficiência“, diz a entidade. O estudo também mostra as últimas tendências na cobertura e uso da Internet móvel em todo o mundo, juntamente com as principais barreiras à adoção da Internet móvel em países de baixa e média renda (PBRM).

“A nossa nova análise mostra que, no final de 2022, 4,6 bilhões de pessoas, o equivalente a 57% da população mundial, utilizavam a Internet móvel – acima dos 35% em 2015. Embora 200 milhões de pessoas tenham entrado online no último ano, isto representa uma queda no crescimento dos usuários de Internet móvel em comparação com 2021 e 2020, quando 300 milhões de novos utilizadores ficaram online todo o ano. Pouco mais de ¾ do crescimento da Internet móvel em 2022 veio de países de baixo e médio rendimento (PBMR), onde vive 95% da população não conectada”, diz Matt Shanahan, Gerente Sênior de Insights, Sociedade Conectada da GSMA.

Lacunas

Shanahan explica que existem duas maneiras pelas quais as pessoas podem estar desconectadas: ou vivem numa área não coberta por banda larga móvel, que é o que o especialista chama e à “lacuna de cobertura”; ou vivem numa área coberta, mas não utilizam Internet móvel, ao que Shanahan chama de “Lacuna de utilização”. 

O relatório se baseia na Pesquisa de Consumidores da GSMA e no Índice de Conectividade Móvel da GSMA recentemente atualizado, que mede o desempenho de 170 países em relação aos principais facilitadores da adoção da Internet móvel. Mais pessoas do que nunca estão se conectando à Internet por meio de telefones celulares, mas a taxa de crescimento desacelerou, reitera a GSMA.

“No final de 2022, a percentagem da população mundial que vivia em áreas sem cobertura de banda larga móvel era de 5%. Esta lacuna de cobertura sofreu poucas alterações nos últimos anos e significa que quase 400 milhões de pessoas ainda não estão cobertas por uma rede de banda larga móvel, destacando como as restantes comunidades não cobertas – que são predominantemente rurais, pobres e escassamente povoadas – são as mais difíceis de alcançar”, afirma o especialista.

Com a adoção da Internet móvel ultrapassando a expansão da rede, a disparidade de utilização tem diminuído lentamente nos últimos anos, tendo caído de 40% em 2021 para 38% em 2022. No entanto, mitigar a lacuna (gap) de utilização continua a ser um desafio muito mais substancial para acelerar a inclusão digital, defende a GSMA. A lacuna de uso é quase oito vezes maior que a lacuna de cobertura.

Ninguém pode ficar para trás

O relatório da GSMA aponta que os impactos sociais e econômicos dos recentes desdobramentos mundiais foram sentidos mais fortemente pelos mais pobres e mais vulneráveis. Nesse sentido, a GSMA entende que é preciso e urgente acelerar o acesso à Internet e alcançar a conectividade universal para garantir que aqueles que estão mal servidos não sejam cada vez mais deixados para trás.

Novidades no relatório

O relatório sobre o estado da conectividade à Internet móvel de 2023 da GSMA ainda traz novidades. Essa edição fornecerá uma análise detalhada do estado atual da conectividade da Internet móvel na tentativa de trazer informações para resolver a exclusão digital. “Incluirá, pela primeira vez, uma análise do número de utilizadores únicos de smartphones a nível global e por região; conectividade por tipo de dispositivo, especificamente a proporção de usuários de internet móvel que possuem um smartphone 3G, 4G ou 5G ou um feature phone; e uma análise mais detalhada das lacunas de utilização globais e regionais, incluindo a proporção de pessoas não ligadas que possuem um dispositivo móvel, mas que atualmente não acedem à Internet”, diz Matt Shanahan.

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