Plano nacional de Internet das Coisas aproxima desenvolvimento tecnológico e políticas públicas

A revolução tecnológica encabeçada pela Internet está em pleno curso e, em todo o mundo, tem remodelado ou redefinido questões envolvendo o desenvolvimento econômico dos países. A Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) tem se consolidado como uma das fronteiras nesse processo: trata-se do desenvolvimento de objetos cotidianos que, conectados à Internet, tornam-se capazes de trocar informações entre si e desempenhar novas funções. É um debate que envolve inovação tecnológica, legislação e, principalmente, o fluxo de dados pessoais.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estima que, até 2025, serão movimentados na economia brasileira cerca de 132 bilhões de dólares por meio de iniciativas de Internet das Coisas. O dado é do estudo “Internet das Coisas: um plano de ação para o Brasil”, que o BDNES apresentou no dia 3 de outubro durante a Futurecom 2017, maior evento de tecnologia da informação e comunicação da América Latina. O documento subsidiará a formulação de políticas públicas para o segmento até 2018 e 2022.

São prioridades no plano as áreas de saúde, cidades, indústria e rural, que podem ajudar o Brasil a se inserir na chamada “Indústria 4.0”, compreendendo a combinação entre tecnologias digitais e processos de produção em diferentes setores da economia. Tal mudança demandará desenvolvimento de infraestrutura de telecomunicações, permitindo que a Internet esteja acessível, com qualidade, em todo o país.

As aplicações são muitas. No âmbito das cidades, por exemplo, a Internet das Coisas pode melhorar os serviços de mobilidade urbana, além de auxiliar na segurança – é preciso, no entanto, amadurecer o debate, a fim de evitar a vigilância massiva e garantir a privacidade das pessoas. Na produção rural, a IoT pode auxiliar no monitoramento de plantas e animais, além de integrar as cadeias produtivas de forma mais eficiente, aplicação que é possível no setor industrial como um todo.

O Clube de Engenharia tem se inserido ativamente nesse debate. Em maio deste ano, noticiou no portal que a Internet das Coisas já era uma aposta para o desenvolvimento nacional. No jornal o Clube de Engenharia de julho, no entanto, evidenciou que ainda há dificuldade na implementação de políticas públicas para permitam o desenvolvimento da Indústria 4.0 no país.

Em dezembro do ano passado, o Clube sediou o II Encontro Anual da Academia Nacional de Engenharia, que tratou de segurança cibernética, debate que tangencia fortemente o desenvolvimento da IoT, já que é necessário garantir a segurança das informações, pessoais ou não, que circularão em maior intensidade com essa nova classe de dispositivos.

As políticas de telecomunicações e a importância da universalização da banda larga também têm sido pautadas pelo Clube. Em setembro por exemplo, o conselheiro e diretor técnico do Clube de Engenharia Marcio Patusco esteve no Senado Federal para defender uma discussão mais profunda junto à sociedade antes de se decidir o modelo que pretende comercializar o uso do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). O satélite, construído com recursos públicos, pode ser um grande aliado na expansão da banda larga em regiões como a Amazônia, que carece de infraestrutura convencional.

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