Engenheira e conselheira do Clube conta episódios de sua carreira e de sua participação na entidade em vídeo

Foi difícil controlar a emoção e a engenheira Olga Simbalista conteve as lágrimas para falar sobre sua relação com a profissão e o Clube de Engenharia. A conselheira da entidade colaborou com o projeto Memória Oral e deu seu depoimento para ser guardado nesse acervo que está sendo montado com personalidades da entidade. Olga foi uma desbravadora numa época em que eram poucas as mulheres na atividade e contribuiu em muito para o Clube e no planejamento e desenvolvimento de projetos para as empresas em que trabalhou. 

Mineira de Belo Horizonte, Olga ingressou jovem no antigo Instituto de Pesquisas Radioativas (IPR), atual Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), através de concurso. Afinal, no início da década de 1970 o acesso das mulheres à profissão era bastante restrito e até cota máxima para elas era estabelecida em empresas, conforme ela contou.

Minha família quando eu falava que ia estudar engenharia falava ‘não faça isso. Você não vai conseguir casar. Homem não gosta de mulher que estuda engenharia’. Ledo engano, me casei com um advogado”, revelou ela, que abriu mão do curso de Belas Artes pela carreira.

Mas a conselheira enfrentou preconceitos e desafios, inclusive o de se mudar para o Rio de Janeiro, para acompanhar o marido, que foi transferido para a cidade. Com a mudança, houve também o contato com a entidade, que tão bem representava politicamente a atividade em âmbito nacional.

Foi no Clube que descobri que ações políticas são importantes. Não basta ter um projeto perfeito, se não souber se posicionar politicamente. Então o Clube abriu meus olhos”, contou a engenheira.

Inicialmente, veio a decepção, pois apesar do nome, a entidade não se destinava ao lazer. “Um clube sem sinuca”, admitiu ela, que logo ficou deslumbrada com a qualidade das palestras. Olga não só se engajou nas atividades do Clube, como chegou a fazer parte da Diretoria na gestão Raymundo de Oliveira, a partir de 1994.

O depoimento foi rico em relatos de experiências profissionais vividas pela engenheira ao longo de sua carreira. Olga trabalhou na antiga Nuclebrás, chegou a ser superintendente de Planejamento na Eletronuclear e também assumiu funções no ramo da energia nuclear, área onde atua até hoje. Sua expertise em planejamento também a levou a atuar em Furnas e na Eletrobras.

Na sua visão, o Brasil carece de melhor planejamento em sua infraestrutura como um todo, posicionamento fortalecido pelas viagens que fez onde conheceu projetos e usinas.  “Um dos pecados mortais do Brasil foi ter construído uma riqueza de hidrelétricas, invejável no mundo inteiro, sem construir eclusas, exceto em Três Irmãos, em São Paulo”,  disse.

O depoimento foi a oportunidade de a engenheira manifestar sua admiração pelo bangalês Muhammad Yunus, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2006 por iniciativas em prol do microcrédito para os pobres. Ela contou sobre sua atuação junto ao Banco da Mulher, que vem ajudando empreendedoras brasileiras e depositou esperanças num país mais justo e sem discriminação.

Aproveite e assista à versão editada desse depoimento inspirador abaixo.

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