Segurança alimentar e sustentabilidade podem ser aliadas

Evento do Clube de Engenharia mostra a importância da preservação dos recursos naturais para solucionar o problema da fome

Apesar das imensas riquezas naturais do território brasileiro, a fome ainda é um problema que afeta dezenas de milhares de pessoas no país. Mas há soluções para a insegurança alimentar, conforme foi demonstrado no evento promovido pelo Clube de EngenhariaValor da Sustentabilidade Alimentar: A História Socioambiental do Parque Estadual da Chacrinha”. O encontro organizado pela Divisão Técnica de Recursos Naturais Renováveis (DRNR) discutiu alternativas para o aumento da produção de alimentos e formas de melhor distribuição da comida.

A abertura do evento ficou a cargo do presidente da entidade, Márcio Girão, que contou um pouco da história do Parque Estadual da Chacrinha, em Copacabana. Já no século XVIII a região era repleta de chácaras, que produziam alimentos até para navios estrangeiros que ancoravam próximo ao Leme.

O lugar deixa essa lição de que o alimento deve também estar próximo de quem mais precisa e não apenas vir de longe. Os palestrantes, coordenados pelo conselheiro do Clube e presidente do Crea-RJ, Luiz Antonio Cosenza, expuseram suas visões sobre a questão da sustentabilidade e da segurança alimentar. A começar pelo chefe da DRNR, Ibá dos Santos Silva, que contou mais um pouco sobre a história da Chacrinha e de como até hoje o local é importante para a produção de alimentos. A pesca na região também foi historicamente vital para o abastecimento da cidade.

O biólogo Mauro Pereira mostrou em sua palestra como o combate à fome está intimamente ligado ao cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. A questão já faz parte das metas a serem alcançadas até 2030, mas outros princípios que estão elencados no documento também precisam ser perseguidos para que a produção de alimentos seja suficiente para toda a população. A começar pela questão ambiental, que influi diretamente na capacidade da agricultura de se manter produtiva. No entanto, segundo ele, houve retrocesso em 110 das 169 metras estabelecidas pela organização internacional.

Ana Paula Guimarães de Farias, presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado do Rio de Janeiro (AEARJ), falou sobre a importância das hortas urbanas para o abastecimento das cidades. Segundo ela, grande parte da população brasileira vive algum tipo de insegurança alimentar e a proximidade com esses espaços de produção poderia atenuar em muito o problema. Ela citou diversas experiências de sucesso no Brasil e no exterior. Os avanços técnicos estão permitindo até a criação de hortas verticalizadas, com maior capacidade de produção, o que já é uma realidade na Europa e no Interior de São Paulo, por exemplo.

O engenheiro agrônomo Cláudio Capeche, pesquisador da Embrapa Solos, apresentou diversas experiências em que a educação tornou-se uma importante aliada da segurança alimentar e da sustentabilidade. Alunos de escolas públicas estão aprendendo como se realiza a produção de compostagem com materiais encontrados em qualquer quintal ou nas feiras livre e nas residências. Até parte do lixo que é recolhido na varredura das ruas pode ser aproveitado.

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